O que você acha da Bíblia anotada por Scofield?

Em 1826, alguns jovens universitários na Grã-Bretanha começaram a ler a Bíblia tentando ver se havia alguma similaridade entre o que eles encontravam na Palavra de Deus e o que viam ao redor, concernente à Igreja. Aqueles jovens estudantes de Dublin chegaram à conclusão de que não havia nada na cristandade organizada que pudesse ser comparado ao padrão bíblico e, assim, decidiram que a Palavra de Deus deveria exercer sobre suas vidas um poder maior do que qualquer hierarquia criada por homens. Eram eles J.N. Darby, Edward Cronin, W. Hutchinson e J.G. Bellet, sendo este último o mais velho dos quatro. Assim, em 1827 passaram a se reunir na residência de Hutchinson.

O Senhor mostrou a eles muitas coisas em sua Palavra e uma delas era que Deus dividiu os tempos em dispensações ou diferentes maneiras de tratar com o homem; que Israel é um povo para o qual Deus deu promessas que serão cumpridas todas no final; que Deus colocou de lado Israel para edificar a Igreja durante o atual período da graça; que a Igreja não existia antes de Atos 2 e NUNCA foi mencionada no Antigo Testamento; que há um só corpo e que essa unidade deveria ser expressada na prática; que a igreja será arrebatada antes de iniciar a grande tribulação. Estas verdades obviamente estavam e estão na Bíblia, mas há muito tempo tinham sido obscurecidas por tradições e superstições católicas e protestantes. Você encontra uma biblioteca imensa de livros daqueles irmãos e de outros que vieram depois no endereço da Web http://www.bibletruthpublishers.com/bible-truth-library/lh.

No final do século 19 alguns pastores e líderes denominacionais abraçaram algumas dessas doutrinas e passaram a ensiná-las, mas nem sempre com a pureza original por estarem ligados a sistemas religiosos. Um deles foi C. I. Scofield, que publicou uma Bíblia comentada que ficou bem famosa. Um irmão que comparou as primeiras edições em inglês com as últimas disse que a cada nova versão alguns comentários de Scofield desapareceram do texto porque não seriam bem aceitos pelas denominações modernas. Eu tinha uma em espanhol e acabei dando de presente a alguém.

Scofield, que era também pastor e professor em Seminário Teológico, provavelmente não entendeu (ou não quis entender) alguns dos pontos ensinados por aqueles irmãos do século 19, como a verdade do “um só corpo”, da nulidade de faculdades teológicas, templos, clérigos, denominações, etc. Como costumamos dizer, ele “não pegou bem o espírito da coisa”. O próprio fato de assinar “Rev. C. I. Scofield, D.D.”, com um “Reverendo” antes e um “Doutor em Divindade” depois mostra que ele continuou apoiando o sistema clerical. Você teria coragem de ser chamado de “Reverendo”, um título que significa alguém digno de reverência e é usado na Bíblia para Deus? Você se consideraria tão entendido na Divindade ao ponto de aceitar o título de Doutor em Divindade? Ao filtrar o que aprendeu, esse irmão privou-se de usufruir do ensino da Palavra livre das amarras da teologia humana.

Acredito que seja por eu estar congregado ao nome do Senhor somente e por ter aprendido muita coisa com aqueles irmãos do século 19 que você encontre alguns elementos comuns entre aquilo que escrevo e as notas da Bíblia de Scofield.