Como convencer católicos do pecado da idolatria?
Sua dúvida está em como convencer os católicos de que a idolatria é pecado, se eles não se consideram idólatras e acham que suas imagens são apenas objetos de culto ou veneração, e não ídolos. Sei bem o que dizem, porque eu também já fui um: que é como a foto de alguém de quem gostamos de nos lembrar.
O que eu não enxergava era como alguém poderia construir uma basílica para abrigar uma mera imagem, subir escadas de joelhos em sua honra e esperar que ela tivesse superpoderes, quando nem contra a poeira ela podia proteger a si mesma. Era preciso um espanador periódico para livrá-la de seu problema.
(Sl 135:15-17) “Os ídolos dos gentios são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, e não veem, têm ouvidos, mas não ouvem, nem há respiro algum nas suas bocas”.
Antes de ir ao ponto, quero deixar claro que idolatria não se restringe à adoração de imagens, mas sim a ocupação com qualquer coisa que acharmos poder nos deixar felizes e realizados. As igrejas neopentecostais que você vê na TV são antros de idolatria tão graves quanto a idolatria e superstição encontrada nos cultos pagãos. Muitas pessoas estão ali em busca de coisas como saúde e prosperidade que acham ser a solução para todos os seus problemas. Saúde e prosperidade são seus ídolos. Nesses lugares você encontra à venda uma seleção de objetos de idolatria que fariam Aparecida do Norte parecer coisa de amadores.
Voltando ao catolicismo romano, entrar em um debate sobre o significado da idolatria com um católico é perda de tempo porque a coisa vai ficar no âmbito filosófico, linguístico, etc. Tentar combater cada um de seus erros seria contraproducente, pois são muitos. Se você quiser que um cão largue o osso, não tente tirar dele. Mostre um filé.
Minha mãe (morando no céu desde 2005), católica praticante durante décadas, se converteu e passou a pregar o evangelho para suas amigas católicas. A abordagem dela com suas amigas que adoravam (ou cultuavam como preferem os católicos) uma miríade de “santos” era muito interessante e o diálogo era mais ou menos assim:
— Você conhece a história de Santo Antônio, não é mesmo? De quem Santo Antônio era devoto?
— De Jesus.
— E Santa Rita?
— De Jesus.
— São Pedro?
— Jesus também.
— São Benedito?
— Devoto de Jesus.
— Então siga o exemplo dos santos — concluía minha mãe.
(Atos 10:25-26) “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem”.
Para as adoradoras de Maria a abordagem era a de obediência ao mandamento de Maria: “Façam tudo o que ELE (Jesus) mandar”. E se ela podia ir direto àquele que disse “Vinde a mim”, por que iria à mãe que era tão necessitada como qualquer um de nós ao ponto de precisar ser amparada e cuidada pelo discípulo João após a morte de seu filho?
(Jo 19:27) “Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.
Para amigas espíritas ela dizia que a ideia de reencarnar não atraía nem um pouco. Quem seria tão louco ao ponto de querer voltar a viver neste mundo?!
(Hb 9:27-28) “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.
Para os que viviam se queixando da má sorte e adoravam a prosperidade material, como muitos que enchem os templos neopentecostais, ela dizia que se a vida aqui fosse boa, próspera e confortável ninguém iria querer mudar-se para o céu.
(1Tm 6:8) “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”.
Quem conheceu minha mãe antes e depois de sua conversão (meus pais já eram avós quando se converteram) podia ver claramente a mudança. Em seu quarto ela tinha uma cômoda que era um verdadeiro altar. Sobre ela havia imagens de todos os tamanhos do panteão católico.
Nossa casa tinha as paredes repletas de quadros de santos, e cada quadro que ela comprava fazia questão de chamar o padre para benzê-lo. Era possível saber que minha mãe estava chegando porque carregava preso ao sutiã um enorme alfinete de fraldas cheio de medalhinhas metálicas de santos que faziam o barulho de um pequeno pandeiro quando ela caminhava pela casa.
Mesmo assim ela e meu pai se converteram e a churrasqueira foi a última a ver as imagens de papel (as molduras ela guardou e usou para fazer quadros com versículos bíblicos). As imagens de metal e gesso foram quebradas ou jogadas em um rio (eu sempre dizia a ela que um dia alguém acabaria pescando a imagem e construindo uma basílica na beira do rio!).
(2 Rs 18:4) “Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã”.
O que a levou a se converter? Jesus, o mesmo Jesus de quem ela ouvia tanto falar nas missas e nunca tinha percebido que ele tinha morrido por ela. No dia anterior à sua morte, ainda lúcida e na cama, ela apontou para o céu visível pela janela e disse: “Meu filho, o meu Senhor virá me buscar dali”. No dia seguinte ela já estava livre do câncer e da dor na presença do Senhor Jesus.
Existem muitos católicos salvos mesmo dentro do catolicismo, porém estão presos ao medo e superstição que envolve aquela religião. Se estiverem salvos é por crerem em Cristo e não por serem católicos. Eu mesmo, quando me converti a Cristo, comecei a frequentar a missa e até ajudar o padre, pois nunca tinha ouvido falar de uma alternativa. Sou do tempo que diziam que a única igreja verdadeira era a católica, e as outras adoravam o diabo.
Mas qual não foi a minha surpresa quando comecei a ler a Bíblia e compará-la com o Catecismo Católico. Logo vi que as coisas não batiam e a manipulação era tão sem-vergonha que até os dez mandamentos foram reduzidos a nove com a exclusão do que condena a idolatria, para serem transformados em dez novamente com a divisão do último (“Não cobiçarás”) em dois, “Não cobiçarás a mulher do próximo” e “Não cobiçarás as coisas alheias”.
Portanto, se deseja mesmo que uma amiga sua se converta a Cristo, fale de Cristo a ela. Se precisar esclarecer uma ou outra dúvida sobre alguma doutrina errada do catolicismo, faça isso rapidamente e volte para a cruz, a obra de Cristo morrendo para pagar por nossos pecados. É pela fé em Cristo, e não pela negação do catolicismo, que a pessoa é salva. É por crer na verdade, e não por duvidar do erro, que se chega ao céu. É por confiar unicamente no sangue derramado na cruz, e não por deixar imagens e outras coisas que se obtém o perdão.