O que é a Nova Jerusalém?
Bruce Anstey explica em “Acontecimentos Proféticos” algo sobre a Nova Jerusalém: “Existem três Jerusaléns que não devem ser confundidas: a Jerusalém celestial (Hb 12:22, Ap 21:10-22:5), que é a igreja em seu caráter administrativo nos céus, a Jerusalém terrena (Jr 3:17, 30:18, Salmos 48, Ez 49:15-20), que é a habitação do príncipe e de outros santos provavelmente da família real de Davi no Milênio, e a Nova Jerusalém (Ap 21:2), que é a cidade dos santos no Estado Eterno. Todas são chamadas santas (Ap 21:2, 10, Joel 3:17)”.
Portanto, havia a Jerusalém física do Antigo Testamento e dos evangelhos, e haverá também uma Jerusalém física no milênio, ambas na terra. Mas no Novo Testamento temos uma revelação completamente nova e pela descrição de Apocalipse21, versículo 9 em diante, a Jerusalém celestial que desce do céu ataviada como noiva é a Igreja em sua relação administrativa e governamental com Israel e a terra durante o milênio.
(Ap 21:9-10) “E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu”.
Neste capítulo 21 é possível ver o estado eterno (vers. 1-8), que na realidade é o que vem depois do milênio e do Grande Trono Branco do capítulo anterior; a igreja (vers. 9) em conexão com o milênio e em seu aspecto administrativo; Israel (vers. 12) e as nações gentias no milênio (vers. 24).
Embora em Efésios 1 a igreja apareça no caráter de corpo de Cristo, conforme a revelação feita a Paulo, em Ef 5:25-27 ela aparece como esposa de Cristo, e esta passagem deixa clara uma relação que tem seu paralelo no matrimônio entre um homem e uma mulher, a relação mais próxima a que duas pessoas podem chegar, já que o homem une-se à sua mulher e os dois são uma só carne. em 2 Coríntios 11:2 diz: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”.
Quando abrimos em Apocalipse19:7-8 lemos de um matrimônio que acontece no céu em algum momento depois do arrebatamento da igreja e antes de o Senhor voltar à terra para estabelecer o seu reino, o que vem na continuação em Apocalipse 19:11-21. Considerando que as bodas ocorrem no céu em um momento quando Israel ainda está na terra antes que o Senhor venha em glória para estabelecer seu reino, a noiva em Apocalipse não pode ser Israel, mas sim a igreja.
(Ap 19:7-8) “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos”.
(Ap 19:11-16) “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça... E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.
É bom lembrar que as doze portas da cidade celestial têm os nomes das doze tribos de Israel e os doze fundamentos trazem os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro, que mostra algum tipo de conexão entre Israel, na terra, e a Igreja, no céu, pois assim como haverá uma cidade santa na terra (Is 60:14 — a Santa Sião), haverá uma cidade santa (Jerusalém) que desce do céu. Por isso também não devemos confundir a Jerusalém na terra durante o milênio, conforme Isaías 60, com a Jerusalém que desce dos céus de Apocalipse 21. Elas mostram ter uma conexão, mas cada uma ocupando o seu lugar.