O crucifixo deve ser retirado de edifícios públicos?

Em minha opinião não deve existir qualquer ligação entre estado e fé. Portanto em um estado laico não há razão para se ostentar símbolos religiosos em escolas, tribunais ou qualquer instituição pública. A continuidade do hábito de se colocar crucifixos em prédios públicos, implantado aqui nos tempos do descobrimento por imposição da igreja romana, abre um precedente para que todas as religiões também reivindiquem o direito a ter seus símbolos no mesmo local. Ficaria estranho ver a parede de um tribunal toda enfeitada com crucifixo, meia-lua, estrela de Davi, yin-yang, etc.

A verdade é que o crucifixo não deveria estar em lugar algum, pois é um símbolo de tortura. Seria como pendurar nas paredes das instituições públicas, escolas, etc., uma forca em miniatura com um pequeno Tiradentes enforcado nela. Já pensou que estranho as pessoas terem a miniatura de um enforcado na parede das casas ou pendurado no pescoço?

O mundo simplesmente não reconheceu a Cristo, começando pelos judeus que aguardavam o Messias e quando chegou não quiseram abrir mão do poder e das regalias que tinham. Na cruz TODOS foram contra Jesus. Você encontra ali o poder religioso (sacerdotes do judaísmo), o poder político (os governadores fantoches de Roma), o poder militar (os gladiadores), os criminosos (os ladrões crucificados xingando), o povo em geral bradando, ou seja, TODOS rejeitaram o Filho de Deus.

Deu no que deu, e 1 João 5:19 diz “que todo o mundo está no maligno”. Hoje o que vemos é, por um lado, um mundo alheio a Jesus (adotando suas miniaturas da crucificação como talismãs ou símbolos culturais) e, por outro lado, um Jesus alheio ao mundo. Sim, ele não está nem aí com os esforços humanos pela paz mundial, melhorias na sociedade e todas aquelas frases bonitinhas que saem da boca do Papa em datas festivas, e das misses em véspera de concurso. Jesus deixou isso muito claro em sua última oração, quando disse: (Jo 17:9) “Eu rogo por eles [Os discípulos]; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”.

É no mínimo hipocrisia querer misturar os assuntos deste mundo, seus governos, políticas, religiões, etc., com aquele que o mundo expulsou daqui de forma tão democrática, conforme Jo 18:39-40: “Mas vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela páscoa. Quereis, pois, que vos solte o Rei dos Judeus? Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabás. E Barrabás era um salteador”. Atos 3:14-15 completa: “Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas”.

Portanto, a sina deste mundo é essa mesma e não vai mudar: cada vez mais injustiça, cada vez mais leis para proteger aquilo que Deus condena, cada vez mais religiosos explorando os incautos, cada vez mais hipocrisia política em querer “santificar” as decisões judiciais humanas com símbolos religiosos, etc. Vai continuar assim até o Rei, de direito, vir reivindicar aquilo que é seu e que os homens entregaram ao príncipe deste mundo, o diabo.