Você conhece minha igreja para poder criticar?
Sua pergunta veio num tom de desafio, depois de você ter lido ou assistido um vídeo no qual respondo a respeito da congregação da qual você é membro. Quase pude escutar você gritando: “VOCÊ CONHECE A CONGREGAÇÃO X”, e no lugar do “X” o nome de sua religião. Como você perguntou nesse tom, talvez nem queira uma resposta, mas estava apenas me desafiando no sentido de tentar mostrar que não posso falar de uma denominação que não conheço.
Como já não é a primeira vez que recebo essa pergunta, no mesmo tom e vinda de alguém da mesma congregação que você frequenta, acredito que a melhor resposta é deixar claro que sua pergunta foi dirigida à pessoa errada. Não era a mim que devia perguntar, mas a outras pessoas com até mais autoridade que eu para responder. Você deveria perguntar assim, anote aí:
“Paulo, André, Bartolomeu, Tiago, João, Mateus, Filipe, Simão Pedro, Simão Zelote, Tomé, Matias, Lucas, Marcos, Lídia, Priscila, Áquila, Apolo, Ágabo, Cléofas, Barnabé, Justo, Ananias, Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas, Tito, Filemon, Onésimo, Epafras, Arquipo, Silas, Silvano, Andrônico, Urbano, Narciso, Aristóbulo, Ágabo, Rufus, Hermes, Caio, Lúcio, Tércio, Erasto, Quarto, Onesíforo, Clemente, Sóstenes, Tíquico, Epafrodito, Carpo, Aristarco, Trófimo, Artemas, Dorcas, etc., etc., etc.... Vocês conhecem a Congregação X? Já ouviram falar dela?”
Se eles, que foram sem dúvida cristãos e muitos deles companheiros pessoais de Jesus, nunca ouviram falar dessa tal congregação, então você já sabe o que deve fazer. Nem preciso dizer. E aproveito para transcrever aqui um texto de autor desconhecido que explica bem a loucura que é alguém criar alguma denominação religiosa ou se fazer membro de uma. O título do texto é:
“Que denominação é esta?”
Esta é uma pergunta que de um modo geral se faz quando se dá um folheto, ou quando convidamos a alguma reunião para o estudo da Palavra de Deus. Sem dúvida é uma pergunta sábia, especialmente nestes dias de tanta confusão. Mas, o que teria acontecido se a mesma pergunta houvesse sido feita nos dias dos apóstolos? Suponhamos que você tivesse vivido naquela época, e um dia se encontrasse com o apóstolo Pedro e lhe perguntasse:
— Pedro, que denominação é esta?
Você pode imaginar a resposta? Pedro, sem dúvida, teria coçado a cabeça completamente perplexo, porque não haviam denominações na sua época. O crente procurava seguir a ordem divina.
Deus tem uma Igreja neste mundo, mas não é uma organização da qual você pode por si próprio tornar-se membro. É possível fazer-se membro de uma “igreja” feita por homens, e depois “deixá-la” se você não ficar satisfeito. Mas você nunca poderia fazer a si mesmo membro da Igreja de Deus, a qual é chamada “a Igreja do Deus vivo”(1 Timóteo 3:5).
Temos que voltar ao fundamento, o qual é Cristo. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”(1 Coríntios 3:11). A Palavra de Deus nos diz que somos pecadores culpados diante dele, perdidos em nossos pecados e “por natureza filhos da ira”(Efésios 2:1-3). Mas Deus, em seu amor e misericórdia, enviou seu próprio Filho a este mundo para pagar por nossos pecados na cruz.
Primeiro o Senhor Jesus veio a Seu próprio povo terreno, Israel. “Veio para o que era Seu e os Seus não O receberam”(João 1:11). Então, foi entregue para morrer na cruz pelos pecados de todo o mundo. Triunfante, se levantou de entre os mortos, ascendeu à destra do Pai, e enviou o Espírito Santo ao mundo no dia de Pentecostes.
Com sua ascensão e a vinda do Espírito Santo, havia chegado o tempo, no programa eterno de Deus, de colocar de lado a nação de Israel, e trazer uma coisa completamente nova - sua Igreja. É chamada“Igreja, que é o Seu Corpo”(Efésios 1:22,23).
Sua Igreja não é “denominada”. Isto é, não tem nome dado pelos homens, nem é uma organização humana, porém é composta de pessoas salvas, tanto judeus como gentios. Não tem lista de membros na terra, e ninguém pode fazer-se membro dela. Mas quando alguém vem a Deus como um pecador culpável, e recebe ao Senhor Jesus Cristo em seu coração como seu Senhor e Salvador, seu nome está escrito no Céu e imediatamente é “acrescentado” à Igreja pelo próprio Senhor (Atos 2:47). Passa a levar, então, o nome de seu Salvador, e é feito uma “_nova criação”_em Cristo (2 Coríntios 5:17). Não necessita outro nome e nem precisa fazer-se membro de algo inventado pelo homem.
Durante o tempo primitivo da Igreja, os crentes se reuniam simplesmente para estudar a Palavra. Não tinham nomes ou organizações denominacionais, e nem o mecanismo da atualidade. Mas as ideias mundanas penetraram mais e mais, e a simplicidade devida a Cristo desapareceu (2 Coríntios 11:3). O homem religioso sempre está acrescentando algo à ordem simples de Deus.
Deus não é o autor de nenhuma denominação. Algumas delas abraçam algumas verdades bíblicas muito sadias, e têm muitos crentes, nascidos de novo, em suas organizações. Mas os crentes são assim divididos uns dos outros por seus nomes. Isto é um pecado contra Deus.
Os crentes primitivos não se “denominavam” ou tinham nomes postos por eles. Eram conhecidos por termos como “discípulos”, “crentes”, “santos”, “cristãos”, ou qualquer nome que pudesse ser levado por TODOS os crentes. Não temos nenhuma base bíblica para levar um nome que não possa ser levado por todos os filhos de Deus neste mundo. Fazer isto é querer dividir o “_um só Corpo”_de Cristo (1 Coríntios 12:12).
O filho de Deus deve ter um sadio e inteligente conhecimento da Palavra de Deus. Não deve estar em jugo desigual tendo comunhão com os inconversos, mas deve “_sair do meio deles”_como nos diz 2 Coríntios 6:14-18. Os crentes devem tratar de, a qualquer custo, se reunir para estudar a Palavra a fim de se edificarem uns aos outros na fé. Muitas vezes isto tem que ser feito em pequenas reuniões caseiras, porque a verdade não é aceita em lugares humanamente elevados. “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério”(Hebreus 13:13).