Jesus irou-se pelo comércio no Templo ou porque os sacerdotes vendiam mais caro?

Você perguntou se, ao afugentar do Templo os cambistas e mercadores, Jesus teria ficado irado por venderem coisas no Templo ou porque os sacerdotes vendiam mais caro os animais para os sacrifícios. Não sabemos se os sacerdotes corruptos tinham alguma participação para permitir que isso acontecesse ali, mas podemos usar nossa imaginação neste sentido.

Ao irem a Jerusalém os judeus deviam levar seus animais para sacrificar, mas muitos viajavam de longe e isso podia ser impossível de fazer, por isso precisavam comprá-los lá. Para isso tinham de trocar o dinheiro de seu país com os cambistas por uma moeda local. Essas atividades, que deviam acontecer nas ruas da cidade, tinham sido levadas para dentro das dependências do templo, e foi essa a bronca que o Senhor deu nos cambistas e mercadores.

Embora hoje podemos usar isso como exemplo do mal que é transformar religião em negócio, não existe templo no cristianismo e nem precisamos comprar animais para serem sacrificados. Por não existir um “templo cristão”, para você fazer literalmente comércio no templo, teria de abrir sua barriga e negociar ali dentro, porque nosso corpo agora é o templo do Espírito.

O que alguns pregadores mercenários fazem hoje nos templos de suas religiões, no rádio e TV é mercadejar a Palavra, transformando os crentes em negócio. Uma das características da Babilônia, a Grande Meretriz de Apocalipse que será a cristandade professa sem Cristo e sem os cristãos genuínos, terá sido a de comércio, que inclui não apenas mercadorias de toda espécie, mas “corpos e almas de homens”.

Depois de ocorrer sua queda (ainda no futuro), o livro de Apocalipse diz que “sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém mais compra as suas mercadorias: mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda a madeira odorífera, e todo o vaso de marfim, e todo o vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; e canela, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e gado, e ovelhas; e cavalos, e carros, e corpos e almas de homens” (Ap 18:11- 13).

Isso que você encontra hoje em muitas chamadas “igrejas” e também em programas católicos e evangélicos nada mais é do que “homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho... inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas... E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (1Tm 6:5; Fp 3:18-19; 2Pe 2:3).