O que significa orar no Espírito Santo?
Você perguntou o que significaria orar no Espírito Santo, e a passagem está em Judas 1:20-21 e diz: “_Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna”._Orar no Espírito Santo é orar com a direção do Espírito, e não de nossa própria vontade. O contrário disso seriam as orações decoradas e aquelas sem qualquer fundamentação bíblica.
O Espírito Santo não irá nos dirigir em oração se aquilo que pedirmos for contrário à sua vontade e aos princípios expressos em sua Palavra. Você se lembra daquele famoso vídeo de políticos evangélicos que, depois de feita a transação de recebimento da propina, se deram as mãos e oraram juntos agradecendo a Deus pelo dinheiro? Se eles conhecessem a Palavra de Deus saberiam que Deus não iria ser solidário com o crime que estavam praticando.
Porém mesmo conhecendo a Palavra de Deus podemos cair no engano ou desconhecer alguns de seus aspectos, por isso orar “no Espírito” é também contar com sua ajuda quando não sabemos como pedir.“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” (Rm 8:26-27).
Se reparar na ordem da passagem de Judas, verá que antes de falar em oração ele fala em edificação, portanto primeiro é preciso nos edificarmos em nossa santíssima fé, que é a fé cristã, para depois estarmos aptos a orar no Espírito. A maneira de sermos edificados é conhecendo, estudando, meditando e obedecendo a Palavra de Deus, a Bíblia. Ela é a revelação completa de Deus para o homem.
Isto responde à sua outra pergunta sobre alguns que em sua denominação religiosa dizem que você não precisa ler a Bíblia, pois tudo o que você precisa é o “pão quente” das revelações instantâneas trazidas no púlpito. Aquilo está mais para “carne quente” do que para “pão quente”, pois não passa de pretensão humana de alguns que acham que têm conexão banda-larga com Deus para receber revelações inéditas que nem mesmo os apóstolos tinham. É carne porque é uma prática que ajuda a encher de orgulho os que procedem assim ao conquistar a admiração de seus seguidores.
Se você não lê a Bíblia e vive se alimentando da “_carne quente”_de supostas revelações, como poderá julgar se aquilo vem ou não de Deus? A Palavra de Deus é clara: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem”(1 Co 14:29). Como julgar ou conferir o peso ou medida de algo sem usar uma régua? Quando Deus ordenou a Moisés que os israelitas construíssem o tabernáculo deu ordens muito específicas para isso. Não era para fazerem do jeito que quisessem, mas “conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte”(Ex 25:40; Hb 8:5). Havia um projeto dado por Deus para ser seguido.
Quando o Senhor disse que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21) ele estava mostrando que tinha um projeto para os seus no qual revelava a sua vontade, caso contrário seria impossível saber a vontade do Pai. Esse “projeto” é a Palavra de Deus que nos foi legada pelos apóstolos e profetas. Paulo escreveu a Timóteo: “ESCREVO-TE estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:14-15).
Todas as vezes que deixamos de lado a Bíblia, a Palavra de Deus revelada e escrita, para acreditarmos em tudo que os homens dizem, ficamos à mercê de demônios. Afinal não é assim que funciona o espiritismo? Seu padrão não está numa Escritura, como é a Bíblia, mas nas “revelações” de supostos espíritos de mortos, que nada mais são que espíritos malignos travestidos de pessoas falecidas.
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (1Tm 4:1).
Acreditar nesse “pão quente” de supostas revelações espirituais é tão seguro quanto comprar um imóvel só pela descrição do corretor, sem ver ou conferir as especificações numa planta e na escritura. Muitos já foram enganados assim. Conheci um que comprou um terreno e depois descobriu que ficava dentro de uma lagoa. Outro comprou um terreno na praia em Ilha Comprida e descobriu depois que ele só existia na maré vazante. Na maré cheia seu “terreno” virava mar.
Devemos ler a Bíblia ao ponto de nossos pensamentos serem formados pela Palavra de Deus, e só assim estaremos sempre alertas contra o ensino errôneo dos “espíritos enganadores” que hoje são abundantes na cristandade. São as aves que se aninham nos ramos do pé de mostarda.
“E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na... O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda... o qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz- se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos... Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável” (Mt 13:4,31-32; Ap 18:2).
Se alguém vier a você dizendo que não precisa ler a Bíblia para conhecer a Verdade, esse alguém certamente não veio da parte de Deus. Talvez ele até use o argumento de que “a letra mata”, isolando uma frase da passagem que no seu contexto está falando outra coisa.
Se ler o contexto irá descobrir que Paulo está falando do “ministério da morte, gravado com letras em pedras” em contraste com a graça, pois a letra da Lei efetivamente matava por mostrar ao homem sua incapacidade de cumpri-la. “Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá” (Gl 3:12). “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:20). “E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Rm 7:9).
Estas passagens mostram a importância de nos aferrarmos às Escrituras, nossa única fonte segura de revelação. O Senhor sempre se firmava nas Escrituras para indicar aos judeus que tudo já tinha sido revelado ali:
“Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; Pelo Senhor foi feito isto, E é maravilhoso aos nossos olhos?... Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus... Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?... Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas” (Mt 21:42; 22:29; 26:54,56).
Quando Jesus se encontra com dois discípulos no caminho de Emaús é pelas Escrituras que consegue abrir seus olhos para a verdade e para tudo o que estava acontecendo: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras... E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quandonos abria as Escrituras?... Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24:7,32,45).
Quando Paulo pregava, fazia isso tomando como base as Escrituras, pois era o alicerce seguro para seu ministério: “E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com elessobre as Escrituras... Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escriturasse estas coisas eram assim” (At 17:2,11).
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escriturastenhamos esperança... Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escriturasdos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé... Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (Rm 15:4; 16:26; 1Co 15:3-4).
A Timóteo, Paulo escreve para dizer da importância que teve aprender as escrituras desde criança: “E que desde a tua meninice sabesas sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”(2Tm 3:15).
Pedro, ao criticar os que se opunham aos ensinos do apóstolo Paulo, dá às suas cartas o mesmo status de “Escrituras” que até ali eram chamadas as revelações escritas do Antigo Testamento: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e IGUALMENTE as outras Escrituras, para sua própria perdição”.