Você jogou fora seus livros quando se converteu?

Você deve ter lido a história de minha conversão. A resposta é sim, aconteceu exatamente como está escrito lá com minha biblioteca de livros esotéricos e afins. Mesmo sem saber na época, aquilo que fiz tinha fundamento bíblico:

(Atos 19:19) “Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata”.

Tem muita gente que escreve que também trilhou o caminho esotérico antes de encontrar o Senhor. O engraçado é que quando algum esotérico lê meu testemunho acha que está tudo bem, que tudo faz parte de meu processo “evolutivo”.

Quanto aos livros, há livros e livros. Os que joguei fora eram livros espiritualistas que tinham o claro objetivo de exaltar o homem e diminuir o Salvador e sua obra na cruz. É fácil descobrir se um livro é bom ou ruim do ponto de vista de Deus. Basta você perguntar: “exalta a Deus ou ao homem?” Os livros espiritualistas ou esotéricos exaltam o homem, pois dão a ele o mérito por sua “elevação”, “evolução espiritual” ou qualquer outro nome que deem a isso.

Um livro baseado na Bíblia irá exaltar a Deus e colocar o homem no seu devido lugar: um pecador perdido incapaz de se salvar e que depende da graça e misericórdia de Deus. O problema é que hoje você encontra muitos livros ditos “evangélicos” que nada mais são do que um espiritualismo com etiqueta protestante. Não passam de livros de autoajuda, que incentivam o cristão a fazer obras para obter ou manter sua salvação.

Depois de minha conversão cheguei a abrir uma pequena livraria evangélica numa sala na frente de meu escritório de arquitetura, mas era uma tarefa difícil que me dava prejuízo escolher o que vender, pois era obrigado a comprar e ler o livro antes de colocá-lo à venda, para ter a certeza de estar oferecendo algo de valor. Meu sustento vinha de minha profissão de arquiteto, portanto a livraria era uma espécie de hobby e também uma forma de evangelismo.

Nela continuei me livrando de livros que percebia serem veneno de rato: 99% milho e 1% estricnina, hábito que tenho até hoje, principalmente com livros que abordam temas espirituais. Acho que isto responde a sua outra pergunta que é do quanto de proveito há em se ler um livro deliberadamente contrário à Bíblia apenas para buscar nele alguma coisa positiva. Não me sinto a vontade em manter ou dar a alguém algum livro no qual encontro doutrinas claramente anticristãs, como negar a suficiência de Cristo ou até mesmo sua divindade, como já vi alguns fazerem. É claro que aqui estou me referindo aos livros descaradamente ‘antibíblicos’ ou ‘anti Cristo’, já que apenas a Bíblia é livre de erros.

Para falar a verdade, devo ter em minha estante uns dois ou três livros “espiritualistas”, mas que estão lá só porque me foram presenteados pelos autores e autografados por eles. Seria indelicado se eles descobrissem que me livrei de seus livros, não é mesmo?

Quanto aos livros de outras categorias, como científicos, de história, ficção, acadêmicos, etc., tenho vários, pois nada mais são do que a cultura normal deste mundo, a qual precisamos adquirir até para poder estudar e trabalhar. O cristão sabe que tudo o que há no mundo (inclusive sua cultura) não provém de Deus, mas do mundo (pois a Palavra assim o diz), bem como toda a tecnologia e tudo mais (até mesmo este computador no qual escrevo). São as coisas que o homem precisou inventar para amenizar o fato de ter decidido viver independente de Deus.