Por que os judeus não creem em Jesus?

Entendo que você esteja se referindo aos judeus como nação, pois individualmente milhares de judeus creram nele. Afinal, os apóstolos e discípulos de Jesus eram judeus, os três mil primeiros convertidos pela pregação de Pedro (Atos 2) eram judeus, Paulo era judeu e a Igreja teve início entre a comunidade de judeus e prosélitos (gentios convertidos ao judaísmo) espalhada pelo mundo de então.

Porém, após a formação da Igreja (que ocorreu com a descida do Espírito Santo em Atos 2), Deus passou a enxergar três classes de pessoas no mundo: gentios, judeus e igreja. “Não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos (gentios), nem a igreja de Deus” (1 Co 10:32).

Quanto à incredulidade dos judeus como povo (lembre-se, porém, que é a fé individual que salva), isso não é uma contradição da Bíblia, mas do judeu, pois os profetas do Antigo Testamento deixaram claro que o Messias viria, seria rejeitado pelos seus, seria crucificado sem ter seus ossos quebrados, etc. (Salmo 22). Daniel chega a dizer quando isso aconteceria:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém (Ed 1:1-3), até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas (de anos), e sessenta e duas semanas (483 anos); as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe (romanos), que há de vir, destruirá a cidade e o santuário (70 D.C.).” (Dn 9:25-26).

A ordem profética (e histórica) é:

​1. Jerusalém restaurada

​2. O Messias veio e foi tirado

​3. Jerusalém e o Templo destruídos

Se conhecer algum judeu, veja se ele consegue explicar a peça que falta nessa sequência (o Messias), que o judeu ainda está esperando. Portanto, a contradição não é da Bíblia, é dos judeus. Aliás, se eles manipulassem as Escrituras, já teriam sumido com essa passagem e com centenas de outras que só falam mal dos judeus no Antigo Testamento.