Em Marcos 2 Jesus errou o nome do sumo-sacerdote?
Os críticos da Bíblia costumam usar a passagem em Marcos 2:26 para dizer que há um erro, ou de Jesus, ou do evangelista Marcos, ao mencionar que Abiatar era sacerdote no tempo em que Davi entrou na casa de Deus para comer os pães destinados à proposição. Vamos ver...
“Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição” Almeida, Revista e Corrigida (1694).
“How he went into the house of God (at ‘Abiathar the chief priest’), and the loaves of the presentation did eat” Young's Literal (1862) ou em tradução livre, “Como entrou na casa de Deus (em Abiatar sumo sacerdote), e os pães da proposição comeu”.
“How he entered into the house of God, in (the section of) Abiathar (the) high priest, and ate the shewbread” J.N.Darby Translation (1890) ou em tradução livre, “Como entrou na casa de Deus, a (seção de) Abiatar (o) sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição”.
Repare que a expressão “no tempo de” da tradução em português aparece entre parênteses numa tradução literal e também na tradução de JN Darby porque não consta dos originais. Poderia ser lido “como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição” ou “como entrou na casa de Deus a Abiatar sumo sacerdote e comeu os pães da proposição”.
Ou seja, nos originais hebraicos não existe o “no tempo de”, portanto é perfeitamente possível que o Senhor se referisse a Abiatar por ter o seu sacerdócio marcado mais a Davi do que o de Aimeleque. Na literatura é comum termos épocas marcadas por alguns homens mais do que outros, e acabarmos nos referindo à época identificada por aquela personalidade.
Esse tipo de “caça ao tesouro” que os críticos fazem tem nome. Outro dia recebi um e-mail:
“Assista ao comercial do Tribunal Superior Eleitoral que está sendo veiculado pelas TVs abertas. Ao final do mesmo, aparece um título de eleitor e, qual não é a surpresa, o nome da pessoa que lá está é Carlos Henrique Fernandes, podendo abreviar teremos CFH ou se formos mais inteligentes, FHC.”
Ao amante de teorias conspiratórias que me escreveu alegando que aquilo era propaganda eleitoral proibida, respondi:
“Abra sua geladeira, pegue um ovo e examine com uma lente de aumento. Você verá um pelo.”
É o caso do suposto “erro” que os críticos apontam.