Maria é a mãe dos cristãos?
A maior parte do que você escreveu sobre Maria não existe no Novo Testamento, portanto penso que você tenha obtido de fontes externas.
Você escreve, por exemplo: “Maria, sendo mãe de Cristo, se torna nossa mãe assim como se tornou mãe de João no calvário.”.
Errado. Os que creem não se tornam filhos de Cristo, mas “filhos de Deus”. Muito embora Jesus seja Deus, existe uma diferença entre as Pessoas da Trindade. Além disso, Maria não é esposa de Deus para que nós nos consideremos filhos dela. Quanto ao que aconteceu no Calvário, além de Jesus não a chamar de mãe, mas de “mulher” (ou “senhora”), não foi dito a Maria que cuidasse de João, mas a João que cuidasse de Maria. (Jo 19:26) “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.
Você escreve: “Maria não teve outros filhos com José.”
Errado. Em Marcos 6:3 Jesus e seus irmãos são mencionados como tais em relação à Maria: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs?”.
Você escreve: “José tinha 93 anos e Maria 12 na data da concepção de Jesus... José era viúvo e tinha seis filhos, quatro homens e duas mulheres... Maria tinha sido prometida a José, pois seus pais haviam morrido e ela ainda morava no Templo...”
Errado. Maria morava em sua própria casa em Nazaré, enquanto o Templo ficava em Jerusalém, a 150 quilômetros. Ela estava desposada (uma espécie de noivado) com José, quando o anjo lhe apareceu. (Lc 1:26) “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria”.
Você escreve: “José morreu com 111 anos quando Jesus tinha apenas tinha 11.”
Errado. Jesus tinha 12 anos quando José e Maria o levaram ao Templo em Jerusalém. (Lc 2:41) “Todos os anos seus pais iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos de idade, eles subiram à festa, conforme o costume. Terminada a festa, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles percebessem”. [Correção: depois disso meu interlocutor informou que os 11 anos de idade foi um erro de digitação].
Você escreve: “Tiago era o que Maria mais gostava, pois era o mais novinho.”
Especulação. Não existe qualquer registro da idade de Maria ou José, e nem de predileção por algum filho. Mesmo que existisse, se a sua tese de que Jesus seria o único filho legítimo de Maria e que José seria viúvo com seis filhos, como Tiago podia ser o mais novo? O que você está dizendo (tg mais novo que Jesus não sendo filho de Maria) implica que José teria tido outra mulher depois do nascimento de Jesus. [Correção: na continuação da correspondência ele esclareceu que estava falando de Tiago como o caçula de José apenas].
Você escreve: “Maria já estava salva por mérito e merecimento pelo sim dado a Deus e por sua falta de mácula.”
Errado. Você nega a Palavra de Deus em Romanos 3:10 que diz que “Não há um justo, nem um sequer. Não há NINGUÉM que entenda; Não há NINGUÉM que busque a Deus. TODOS se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há NEM UM SÓ”. Ao tentar dignificar Maria considerando-a isenta do pecado original (algo que só Jesus foi, daí sua concepção ter sido do Espírito Santo), você acaba negando a própria Palavra de Deus em sua totalidade. Seria preciso fazer um acréscimo no versículo acima (algo do tipo “exceto Maria”) e também em 2 Coríntios 2:15: “Ele morreu por todos”... “exceto por Maria”. Além disso, considerar que Maria fosse isenta do pecado original é o mesmo que dizer que ela teria sido gerada pelo Espírito Santo.
Você escreve: “Maria tinha um papel muito mais importante do que qualquer apóstolo de Jesus na Igreja primitiva. Aliás, todo cristão na época chamava Maria de mãe e Pedro de pai, por isso o nome papa (papa pai).”
Especulação. Não há qualquer evidência disso no Novo Testamento e a última vez em que Maria aparece é no capítulo 1 de Atos antes da formação da Igreja que se dá no capítulo 2. Ela nunca mais é mencionada, nem em Atos nem nas epístolas que trazem a doutrina dos apóstolos para a Igreja. Quanto a Pedro ser chamado de pai pelos cristãos, para fazerem isso eles teriam de desobedecer ao mandamento do próprio Senhor (como muitos hoje desobedecem). Afinal, que valor você dá à Palavra do Senhor Jesus que falou explicitamente contra chamarmos alguém de pai ou papa? (Mt 23:9) “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus”.
Você escreve: “E não foi apenas Deus a dar o seu único filho para nos salvar, mas também Maria.”
Isso não passa de pura heresia, pois coloca Maria como coautora da salvação.
Você escreve: “Estou sendo realista em mostrar que Maria é muito mais do que a bíblia mostra.”
Então está confirmado que você está falando daquilo que não é a Palavra de Deus. Quando Paulo se despediu dos anciãos de Éfeso ele já previa que não apenas lobos cruéis (não cristãos) entrariam no rebanho para exterminá-lo, mas também que homens (cristãos) se levantariam dentro do rebanho para falar coisas distorcidas a fim de atraírem discípulos após si. Qual o antídoto de Paulo contra esses perigos? Ele encomenda os cristãos a Deus e à “PALAVRA DA SUA GRAÇA”, a mesma à qual você não dá qualquer valor ao tecer elucubrações que só servem para desviar os olhos daquele que é o único e suficiente Salvador, Jesus.
(Atos 20:29-32) “Sei que, depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos. Por isso, vigiem! Lembrem-se de que durante três anos jamais cessei de advertir a cada um de vocês disso, noite e dia, com lágrimas. Agora, eu os entrego a Deus e à palavra da sua graça, que pode edificá-los e dar-lhes herança entre todos os que são santificados”.
A Palavra de Deus é o único terreno seguro para o cristão se precaver de ideias de homens e demônios.
“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado!” (Gl 1:7-9).