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Por que o sexo não pode vir antes do casamento?

Só temos um lugar para buscar as respostas às nossas dúvidas: A Bíblia, a Palavra de Deus. Se sairmos fora dela, acabamos perdidos em conjecturas e devaneios. Você escreveu:

“Deus criou o amor, nosso corpo com instintos animais que inclui atração física, ou seja, ingredientes para um relacionamento bom.”

Você pode olhar o sexo de duas formas: O sexo como expressão (resultado ou subproduto) de um relacionamento, ou um relacionamento como expressão (resultado ou subproduto) do sexo. Para o cristão o sexo é a expressão, o resultado, a consequência de um relacionamento que atingiu o mais alto grau de intimidade e de vulnerabilidade em relação à outra pessoa. Na sua concepção, o relacionamento aparece apenas como consequência de instintos animais colocados em prática, ou seja, da atração e ato sexual.

O ato sexual e todas as carícias que o acompanham são uma expressão de total entrega, total confiança na outra pessoa, quando duas pessoas se despem total e literalmente numa expressão de que não existem mais segredos entre elas. É o ato mais íntimo que qualquer ser humano pode atingir em relação à outra pessoa, e é também a figura que o próprio Deus usa para expressar o relacionamento de Jesus com a Igreja, sua noiva, que culmina nas bodas do Cordeiro. A Igreja não se une a Cristo para só depois iniciar um relacionamento. Embora o livro de Cantares represente a relação de Deus (o amado) com Israel (a amada), ele expressa bem que a união que Cristo terá com sua noiva, a Igreja, tem os mesmos elementos de uma união entre marido e mulher.

Analise se você seria capaz de dizer a alguém algo assim:

“Quero me despir para você, me abrir completamente, me revelar sem segredos e sem reservas, deixar exposto cada centímetro de meu corpo e me unir com você a ponto de nos tornarmos um só, compartilhando até mesmo nossas entranhas... porém não quero me casar com você, não quero ter um compromisso duradouro, não quero ter consequências dessa nossa união, não quero que isso dure”.

É um absurdo, não acha? É uma mentira. Dizer que está disposto a chegar a tal grau de intimidade e, mesmo assim, querer permanecer independente, é contraditório. É como o sapato dizer ao pé, “Ok, pode me calçar, mas não me amarre”, ou a calça ao cinto, “Ok, pode passar por minha cintura, mas não feche a fivela”.

Portanto, entenda que o sexo é a expressão de um relacionamento, o resultado de um relacionamento que já existe, não o contrário. Tentar criar um relacionamento a partir do sexo é o que fazemos com o gado, buscando obter resultados e dividendos a partir da cópula.

O problema de se considerar o sexo como o ponto de partida de um relacionamento é que quando o sexo faltar, e um dia vai faltar, iremos imediatamente procurar por outra experiência sexual como forma de garantir a manutenção de algum relacionamento. O processo não tem fim, porque se o relacionamento começa a partir da experiência e satisfação física, com a idade essa satisfação irá desaparecer para um ou para outro, porque fisicamente um casal pode envelhecer a um ritmo diferente.

Você pergunta por que o cristão não pode ter relações sexuais antes do casamento, e eu pergunto por que o cristão não pode se casar antes de ter relações sexuais. Até hoje ninguém morreu por esperar. Mas vamos ao que diz a Palavra de Deus:

(Mt 19:4-6) “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, [1] no princípio, o Criador os fez [2] macho e fêmea e [3] disse: Portanto, [4] deixará o homem pai e mãe e [5] se unirá à sua mulher, e [6] serão dois numa só carne? Assim [7] não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, [8] o que Deus ajuntou não separe o homem”.

Estamos tão acostumados a ler esta passagem pensando no contexto do divórcio, que nos esquecemos de que ele está reafirmando a ordem de um matrimônio segundo o projeto original (“no princípio”) de Deus. Se fôssemos chamar estes versículos de um “passo-a-passo” do casamento, teríamos:

​1. Este é o projeto original de Deus. “No princípio”.

​2. Um casamento é feito de um homem e uma mulher. “o Criador os fez macho e fêmea”.

​3. O mesmo Criador estabeleceu como devia ser essa união. “E [Deus] disse...”.

​4. O homem deixa o pai e a mãe, ou seja, se desliga daquele casal ou célula familiar. “Portanto, deixará o homem pai e mãe”.

​5. O homem se une à sua mulher, criando uma nova célula familiar como aquela de onde veio, isto é um homem + uma mulher um filho. “e se unirá à sua mulher”.

​6. A união chega ao extremo quando atinge o físico e dois corpos se transformam em um. “e serão dois numa só carne”.

​7. Do ponto de vista físico já não são dois corpos, mas só um, o que elimina a possibilidade de ser polígamo.

​8. Essa aliança, que ajunta esse casal, não é algo que o homem criou, mas Deus. “o que Deus ajuntou não separe o homem”.

Esse é o passo-a-passo para quem crê na Palavra de Deus e a respeita. Obviamente os incrédulos tentarão sempre subverter essa ordem, criando casamentos apenas entre machos ou entre fêmeas, tornando-se uma só carne antes mesmo de se desligar da família na qual estão inseridos, criar possibilidades para serem mais do que apenas dois em uma só carne e deixar apenas para o fim a união no sentido do relacionamento, como algo que só poderá existir quando o sexo for bom.

Depois de publicar esta resposta no blog respondi.com.br alguém escreveu dizendo que tudo o que escrevi tem muito mais a ver com sexo fora do casamento, como adultério, e não com a possibilidade de um homem e uma mulher poderem se conhecer melhor e sexualmente antes do casamento. Mas em qualquer caso trata-se de sexo extraconjugal, não é mesmo?

Esses argumentos todos caem por terra com uma simples pergunta: Foi essa a ordem de eventos que Deus instituiu?

(Gn 2:24) “Portanto [1] deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [2] e unir-se-á à sua mulher, [3] e serão uma só carne”.

(Mc 10:7-8) “Por isso, [1] deixará o homem a seu pai e a sua mãe [2] e unir-se-á a sua mulher. [3] E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne”.

(Ef 5:31) “Por isso, [1] deixará o homem seu pai e sua mãe [2] e se unirá à sua mulher; [3] e serão dois numa carne”.

A ordem é esta:

​1. O homem deixa seu pai e sua mãe

​2. Une-se à sua mulher (matrimônio)

​3. Tornam-se uma só carne

Para não haver dúvidas quanto ao que significa ser “uma só carne”:

(1 Co 6:16) “Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne”.