O quanto preciso estar preparado para evangelizar?

A rigor, para evangelizar, tudo o que você precisa saber é o que Paulo diz em sua epístola ao resumir o que é a mensagem do Evangelho:

“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Co 15:1-4).

As pessoas irão dizer que você precisa estudar, fazer teologia, ou então dirão que a Bíblia é muito difícil de entender sem o auxílio de um clero e que é melhor você deixar isso para quem entende. Exigir de alguém que conheça mais do que a simples mensagem do evangelho é o mesmo que dizer para não evangelizar, pois quando é que alguém pode dizer que já sabe tudo sobre a Bíblia?

Veja o caso da menina, serva de Naamã. Era uma criança apenas, de outra sociedade, de outra cultura, de outra civilização, escrava da mulher de um general. Se ela achasse ser necessário uma preparação especial para poder falar a alguém de outro povo, nível social, cultura, etc., jamais teria testemunhado à sua senhora que a cura estava com o profeta em Samaria. Mas na simplicidade de sua pessoa, de seu preparo e de seus meios, Deus acabou sendo glorificado ao máximo.

E assim deveria ser sempre. O meu ministério vale tanto quanto uma garrafa de vácuo (sem o vasilhame, é claro) se não for algo recebido de Deus. E se vier de Deus, não tenho nada que tocar trombetas, pois o recebi apenas; não havia em mim nada além de um vaso vazio que Deus quis usar por graça apenas.

Veja que interessante esta passagem: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?” (1 Co 4:6-7)

Se temos algum ministério, seja ele qual for, foi porque recebemos, por graça, não por esforço ou capacidade própria. E se recebemos, por que nos gloriarmos como se não o tivéssemos recebido? (como se tivesse se originado em nós?).

Como então identificar um ministério vindo de Deus? Fazendo o teste de João Batista: Se para nós importa que ele cresça e eu diminua, então estou querendo dar glória a Deus. Mas se eu quiser ficar com os aplausos, Deus permitirá que eu fique com os aplausos... Dos homens. Todavia é a aprovação de Deus que conta. Muito do que hoje é aplaudido como grandes ministérios se mostrará palha inflamável quando chegarmos no céu, diante do Tribunal de Cristo que irá nos recompensar segundo tudo o que fizermos aqui para ele. Por outro lado, muito do que é feito no segredo da comunhão com Deus brilhará eternamente para a glória de Deus.

Em 2 Samuel 23:8 há uma lista dos valentes de Davi, homens que foram fiéis a ele e não o abandonaram em seu exílio. O primeiro da lista é praticamente desconhecido e não há nada sobre ele além deste e de provavelmente mais um versículo em Crônicas. Pode crer que serão incógnitos assim que ocuparão os primeiros lugares na lista daqueles que foram realmente fiéis a Cristo quando ele distribuir o galardão ou recompensa a cada um dos seus.