Devo me opor à idolatria em meu trabalho?

Quanto à sua dúvida se deve se opor e combater a colocação das imagens ou ídolos na empresa onde você trabalha, denunciando para os donos e colegas a idolatria que está sendo cometida ali, não vou escrever um tratado contra a idolatria porque a Bíblia está cheia de exemplos de como Deus abomina isso.

Mas é importante sempre saber o nosso objetivo neste mundo, e eu creio que nossa missão é de testemunhar de Cristo. Às vezes o combate contra o mal costuma nos afastar também do bem e acabamos não percebendo que ficamos tão ocupados com idolatria, demônios, macumbas, e tantas outras coisas que sobra pouco tempo para nos ocuparmos com Cristo. Alguns pregadores costumam falar só de idolatria, de discos da Xuxa tocados ao contrário, de desenhos da Disney, etc., e eu me pergunto se é isso o que Deus quer de nós no tempo em que estamos aqui.

É evidente que a idolatria é um pecado contra Deus, e quanto a isso não tenho dúvidas. O problema é que normalmente a abordagem do “não faça isso” costuma dar errado. Deus deu a Lei no Antigo Testamento e nem por isso os israelitas a obedeceram. Muito pelo contrário, fizeram tudo errado. Quando Jesus vem no Novo Testamento o vemos acenar com coisas melhores e aí as pessoas acabavam largando suas práticas porque tinham agora algo irresistível.

Fale de Cristo para as pessoas e não esquente a cabeça com os ídolos, porque mesmo que alguém abandone a idolatria isso não significa que tenha sido salvo. A salvação é pela fé em Jesus e não por abandonar ídolos de barro. Há milhões de ídolos no mundo e apenas um Jesus para você anunciar. São muitos os ídolos para você gastar minutos preciosos falando deles. Fale de Jesus.

A coisa funciona mais ou menos assim: se você vê um cachorro roendo um osso você pode tentar duas coisas: tirar o osso do cachorro ou acenar para ele com um filé fresquinho. A primeira ideia vai dar errado porque o cachorro vai morder você. A segunda pode dar certo porque ele mesmo vai perceber que existe algo melhor e vai largar o osso.

Leia em João capítulo 4 a abordagem de Jesus com a mulher que tinha um monte de homens. Ele não chega falando disso, jogando na cara dela sua devassidão. Primeiro ele ganha a confiança dela oferecendo algo que ela não tinha. Só depois, pouco a pouco, os pecados da mulher vão sendo percebidos por ela mesma ao ponto de ela dizer que aquele homem tinha falado de tudo o que ela tinha feito. É assim que nos sentimos quando colocados frente a frente com a Luz do mundo que é Jesus.

Veja também a abordagem de Paulo na cidade idólatra e como ele começa conversando, não falando mal das dúzias de ídolos, mas falando bem do Deus verdadeiro. “Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio” (Atos 17:23).