O tsunami contradiz Jeremias 5:22?

Jeremias 5:22

(Jr 5:22) “Não me temeis a mim? diz o Senhor; não tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem traspassar”.

O versículo que citou não pretende ser uma afirmação científica (ou cartográfica, se preferir), mas o contexto dá a entender que Deus está fazendo uma comparação entre o mar, que tem limites definidos pelas praias, e o seu povo, que não respeita os limites que Deus lhe deu.

Mesmo falando em termos cartográficos, a passagem é correta, pois todos os mapas dos continentes são desenhados com uma linha que separa o que é água (mar) e o que é terra (praia). Se o contrário fosse verdadeiro, isto é, que um tsunami seria suficiente para invalidar essa verdade, então não teríamos mapas, ou ao menos precisaríamos desenhá-los sem uma linha divisória entre mar e terra, mas talvez apenas um sombreado sugerindo onde poderia existir uma linha litorânea caso não existissem tsunamis.

Fica evidente que quando Deus diz isto ele não está falando de eventualidades como tsunamis, porque mesmo as marés já seriam suficientes para contradizer isto se fossemos levar ao pé da letra. Mesmo com o vai e vem das ondas e dos tsunamis, as coisas voltam a ser o que eram e continua válida a afirmação de que Deus colocou “a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem traspassar”.

Tal afirmação é corroborada pelo que Deus disse a Noé depois do dilúvio:

(Gn 9:11-16) “E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra. E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre mim e a terra. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens. Então me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós, e entre toda a alma vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne. E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar da aliança eterna entre Deus e toda a alma vivente de toda a carne, que está sobre a terra”.

Deus prometeu que não destruiria mais toda a carne, ou seja, não haveria mais um dilúvio universal. Isso não significa que não haveria tsunamis, enchentes, marés altas, ressacas, etc. Mas até mesmo esta afirmação de Deus deve ser compreendida com bom senso, pois ao dizer que as águas do dilúvio destruíram “toda a carne”, obviamente ele não estava se referindo à carne dos peixes e outros animais marinhos.