Foi a igreja católica que definiu o Novo Testamento?

Deus cuidou de compilar o Antigo Testamento que já era usado nos tempos de Jesus e é usado até hoje pelos judeus. O que a igreja católica fez por volta do ano 400 foi adotar alguns livros a mais do que os existentes no cânone utilizado pelos judeus e mais tarde pelos protestantes, como Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e os dois livros de Macabeus, além de alguns trechos adicionais em Daniel, Ester e Esdras. Isso foi oficializado mais tarde no concílio de Trento, em 1546.

Quanto ao Novo Testamento há uma espécie de referência cruzada que ajuda a determinar os livros considerados inspirados. Por exemplo, o versículo em 1 Timóteo 5:18 que Paulo menciona é tirado metade do Antigo Testamento (Dt 25:4 e metade de Lucas 10:7). Assim Paulo endossa Lucas, considerando o que ele escreveu como “escritura”. Outras formas como determinaram a inspiração de outros livros do Novo Testamento foi observar a correspondência dos primeiros cristãos e suas citações. Esse cânone que hoje temos do Novo Testamento já era mencionado em correspondências dos dois primeiros séculos.

Então ocorre um impasse aqui: foi a igreja católica romana, como instituição, que determinou qual seria o cânone do Novo Testamento ou foi Deus quem fez isso? Certamente até o mais ferrenho defensor do catolicismo irá concordar que isso é obra de Deus, e não de homens. Portanto, os diferentes concílios não decidiram qual seria o cânone do Novo Testamento, mas apenas reconheceram o que já era notório entre os cristãos ao longo dos primeiros séculos, porque Deus simplesmente quis que fosse assim. Ou terão os homens poder e autoridade para determinar o que é Palavra de Deus e o que não é?