Devo confessar meu pecado?

Você começa dizendo que, por ter cometido um pecado oculto, está preocupada que um dia tudo o que fizermos será revelado e também iremos conhecer as pessoas no céu. Sim, as pessoas se conhecerão no céu.

Mas vamos entender uma coisa: aquele que crê em Jesus está salvo, não será julgado, seus pecados foram todos pagos na cruz. Portanto, se você realmente crê em Jesus como seu Salvador, se crê que o sacrifício dele na cruz foi suficiente para salvá-la de todos os seus pecados, não há mais o que se preocupar quanto à questão da sua salvação.

(Jo 5:24) “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação [ou juízo], mas passou da morte para a vida”.

Há duas ocasiões quando todas as coisas são reveladas. Uma é quando os salvos por Cristo se apresentarem diante dele para receber o galardão ou a recompensa. Nessa ocasião tudo o que fizemos nesta vida será revelado, e é tudo mesmo, tanto o que fizemos antes como depois de convertidos. Esse dia é o que conhecemos como “tribunal de Cristo”, mas não é um tribunal no sentido de julgamento, porém está mais para um júri como esses que você vê nos programas de calouros ou em concurso de miss.

Há, porém, outra ocasião quando tudo será revelado, mas essa será para os incrédulos e acontecerá ao final dos mil anos de reinado de Cristo na Terra. A Bíblia chama isso de “grande trono branco” e está em Apocalipse.

Quanto à sua principal dúvida relacionada a tudo isso, que é se deve confessar um pecado que cometeu e nunca contou a ninguém, se ler o Salmo 32 verá que um pecado não confessado pode deixar você em uma condição miserável.

Tiago 5:16 diz para confessarmos nossas culpas uns aos outros, porém não creio que esteja falando de cada um e todo pecado que cometemos em oculto, pois se assim fosse não faríamos outra coisa o dia inteiro além de ficar confessando.

É simples perceber que, além dos pecados que podem nos envergonhar, e 1 João 1 diz que não há quem não peque (embora isso não seja um aval para o pecado, mas apenas a realidade), há muitos pecados que cometemos ao longo do dia, como cobiçar, por exemplo.

Já pensou se fossemos dizer a outro todas as vezes que cobiçamos algo ou alguém, que ultrapassamos o limite de velocidade, que colamos na prova, que sentimos raiva de alguém, que não fizemos o bem que estava ao nosso alcance (porque isso também é pecado)?! O mundo seria um imenso confessionário, com seis bilhões de pessoas para confessar e ninguém para ouvir, pois todos teriam muito para dizer.

Tiago está se referindo a confessar o pecado para a pessoa contra a qual pecamos. Aqueles pecados que cometemos contra Deus seguem a mesma regra, devem ser confessados a ele (incluindo os contra o próximo, porque também são contra Deus). O mesmo versículo em Tiago 5:16 diz para orarmos uns pelos outros e o contexto todo fala de enfermidades, o que é muito pertinente, se pensarmos que um pecado contra alguém pode causar problemas de saúde em ambos. Já ficou um tempo brigado com alguém? Certamente ambos sentiram azia e dor de estômago. A confissão também ajuda neste sentido.

Devemos sempre confessar a Deus os nossos pecados, aos outros aqueles que lhes dizem respeito, e também estarmos prontos a perdoar aqueles que pecam contra nós, porque fomos perdoados de coisa pior por Deus.

(Cl 3:13) “Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”.

Mas creio que nada do que escrevi até aqui lhe dará tanto conforto quanto a própria Palavra de Deus em 1 João 1:8:

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos alimpar de toda maldade. Se dissermos que não havemos pecado, fazemo-lo a ele mentiroso, e sua palavra não está em nós. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”

Sempre que vejo a expressão de amor que o apóstolo usa ao se dirigir a nós como “meus filhinhos”, percebo o quanto Deus está ansioso de restabelecer comunhão conosco, pois o pecado atrapalha nossa comunhão com o Pai.