Jesus era pecador?
Não, Jesus não tinha pecado, nunca pecou e seria incapaz de pecar. Embora tendo vindo em carne, ele nunca deixou de ser Deus. Alguns alegam que ele não seria perfeito homem se não tivesse a possibilidade de pecar, mas quando alegam isso demonstram não entender o que é ser perfeito homem, porque os únicos homens que conhecem são os caídos.
A razão de Deus precisar chegar ao extremo de enviar o seu próprio Filho para morrer como substituto do pecador foi justamente por não existir um homem apto, sem mancha de pecado, capaz de tomar tal lugar. Qualquer pecador precisaria, ele próprio, de um substituto para si, e por isso os próprios sacerdotes do Antigo Testamento, quando ofereciam sacrifícios pelo povo, era para si mesmos que também sacrificavam. Porém Cristo era imaculado, isto é, sem mácula ou mancha.
(Hb 9:14) “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? “.
Uma das razões do nascimento virginal foi mostrar que estava faltando um elo na cadeia entre Jesus e Adão. Usando respeitosamente de uma figura em linguagem moderna, é como se um exame de DNA para determinar a paternidade revelasse que seu DNA coincidia com o de Deus, e não de qualquer homem na face da terra.
(Lc 1:34-35) “E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”.
Se Jesus fosse um homem como qualquer outro, ainda que nunca tivesse cometido PECADOS (os frutos) ele teria em si o PECADO (a raiz), o que o impediria de ser “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, uma referência aos milhões de cordeiros sacrificados no Antigo Testamento, os quais deviam ser sem mancha e sem defeito, figura de uma natureza santa e perfeita. Se Jesus tivesse em si o pecado teríamos uma situação bizarra, em que o tipo (o cordeiro do sacrifício mosaico) seria mais qualificado do que o antítipo (o Cordeiro de Deus), fazendo com que a realidade fosse menos real que sua sombra.
Se tiver dificuldade em entender a diferença entre os frutos (pecados) e a raiz (pecado) sugiro a leitura de Romanos para perceber que até o capítulo 5:11 o assunto são os pecados (as consequências), e depois o assunto é o pecado (a razão).
Medite nesta questão: Por que na cruz Deus o faria pecado por nós se ele próprio já fosse um pecador trazendo em si o pecado?
(Rm 8:3) “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, “.
(2 Co 5:21) “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”.
Algumas evidências de que Jesus era, por natureza, sem pecado e incapaz de pecar:
— Por natureza: “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós.” (1 Pe 1:19-20).
— Ao nascer: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1:35).
— No deserto: “Então O diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.” (Mt 4:11).
— Impermeável à influência do diabo: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14:30).
— Em seu ministério: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7:26).
— Na impossibilidade de responder à tentação: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado [no original ‘pecado à parte’].” (Hb 4:15).
— Como o único que podia condenar: “E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8:7).
— Em sua vida perfeita: “E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8:29).
— Na pergunta sem resposta: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8:46).
— Na provação: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.” (1 Pe 2:22).
— Sobre a cruz: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Co 5:21).
— No céu: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.” (1 Jo 3:5).
— Na opinião dos demônios: “Dizendo: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.” (Lc 4:34).
— Em sua vinda: “Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hb 9:28)