Deus controla o clima?

Apesar de o universo funcionar como um relógio ao qual já foi dada corda para que suas engrenagens se movam, o Criador continua no controle de tudo, “sustentando todas as coisas com a Palavra do seu poder” e intervindo sempre que acha necessário. Isto ele faz por meio de diferentes eventos, inclusive eventos climáticos. Mas nem sempre podemos “culpar” a Deus pelas instabilidades, pois vivemos em um mundo cujas características iniciais foram “detonadas” pelo pecado, e isto inclui as instabilidades climáticas. Além disso, quem ousaria culpar a Deus que enviou o seu Filho ao mundo, considerando o tratamento que demos a ele quando esteve aqui? Deus hoje poderia muito bem nos dizer: “De quê vocês estão reclamando?! Eu enviei o meu Filho e vocês preferiram Barrabás, um ladrão e homicida!”.

As instabilidades climáticas destrutivas nem sempre existiram, mas são consequência do pecado, primeiro dos anjos, que transformaram o universo e a terra em uma coisa “sem forma e vazia” e com “trevas sobre a face do abismo”. Porém Deus restaurou este planeta para torná-lo habitável para o homem que iria criar (é dessa restauração de que fala Gênesis 1 a partir do versículo 3), mas uma nova degradação seria causada pela queda do homem.

Não só a morte espiritual (e física) resultaram da entrada do pecado no mundo através do homem, como também doenças e dores, como as de parto que não faziam parte do plano original de Deus. Toda a instabilidade na agricultura, com suas pragas e ervas daninhas descontroladas, saiu daí.

(Rm 5:12) “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.

(Gn 3:16-19) “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E a Adão disse: porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.

É curioso observar que a chuva não existia antes do dilúvio, mas a terra era regada por neblina, o que obviamente não causa enxurradas, erosão, enchentes, etc.

(Gn 2:5-6) “E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra”.

Alguém poderá alegar que os registros geológicos de erosão e sedimentos mostram o contrário, mas a Bíblia não revela como era o mundo antes dos versículos 1 e 2 de Gênesis e quais os cataclismos causados pela rebelião angélica no universo. Porém a Bíblia diz sim que não chovia entre a restauração da terra feita nos seis dias e o dilúvio. Este também foi responsável por grandes cataclismos e mudanças geológicas, considerando que a crosta terrestre se rompeu para dar vazão aos gigantescos reservatórios de água presa em seu interior.

(Gn 7:11-12) “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites”.

O mais interessante da atual onda de calor (e da onda de frio no hemisfério norte) de 2013-2014 é que os seres humanos nada podem fazer para mudar isso. Podem remediar aqui e ali, mas se essas coisas passarem dos limites, a humanidade sofrerá grandes danos, como já sofreu no passado quando secas, enchentes, frios intensos e outros fenômenos climáticos dizimaram populações inteiras. Hoje a tecnologia permite ver ao vivo e em cores estragos causados por enchentes e tsunamis destruindo cidades inteiras e matando centenas de milhares de pessoas em poucas horas, mas os registros históricos mostram estragos ainda maiores causados pela seca, pois seu impacto não é imediato, mas estende-se ao longo de meses e anos.

Na Bíblia há várias passagens que mostram como Deus intervém no clima para cumprir seus desígnios. Esta é apenas uma das muitas maneiras (a mais extrema é a morte) de Deus revelar a fragilidade e incapacidade humana de sobreviver por seus próprios meios, considerando que é ele quem “faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5:45). Veja a seguir algumas intervenções drásticas de Deus no clima, às vezes para punir os seres humanos, às vezes para recompensá-los ou simplesmente revelar o quanto dependem dele.

Dilúvio – (Gn 6:5-9:19) “E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites... E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu”.

Saraiva de fogo – (Ex 9:23-29) “E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor deu trovões e saraiva, e fogo corria pela terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito”.

Chuva de pedras – (Js 10:11) “E sucedeu que fugindo eles de diante de Israel, à descida de Bete-Horom, o Senhor lançou sobre eles, do céu, grandes pedras, até Azeca, e morreram; e foram muitos mais os que morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos de Israel mataram à espada”.

Tempestade elétrica – (1 Sm 7:10) “E sucedeu que, estando Samuel sacrificando o holocausto, os filisteus chegaram à peleja contra Israel; e trovejou o Senhor aquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os confundiu de tal modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel”.

Tempestades e secas – (Na 1:30) “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”.

Seca extrema – (Lv 26:19-20) “Porque quebrarei a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra como cobre. E em vão se gastará a vossa força; a vossa terra não dará a sua colheita, e as árvores da terra não darão o seu fruto”.

Chuva revigorante – (Dt 11:13-15) “Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a seródia, para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.”

Seca como castigo – (Dt 28:24) “O Senhor dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças”.

Chuvas e trovoadas – (1 Sm 12:18) “Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva naquele dia”.

Seca e carestia – (2 Sm 21:1) “E houve nos dias de Davi uma fome de três anos consecutivos; e Davi consultou ao Senhor, e o Senhor lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas”.

Tempo bom como recompensa – (1 Rs 8:35-36) “Quando os céus se fechar, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, havendo-os tu afligido, ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado de teus servos e do teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que andem, e dá chuva na tua terra que deste ao teu povo em herança”.

Controle das chuvas – (Tg 5:17-18) “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto. (A história toda está em 1 Reis 16:30-18:45).

Chuva seletiva – (Am 4:7) “Além disso, retive de vós a chuva quando ainda faltava três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e não chovesse sobre a outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou-se”.

Tempestade no mar – (Jn 1:4, 10-15) “Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se.”

Saraiva – (Ap 16:21) “E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva; porque a sua praga era mui grande”.

Não podemos nos esquecer de outro evento bem radical, que foi o sol ter parado na abóbada celeste. Não me pergunte como Deus fez, mas se ele fez não há razão para duvidarmos. Afinal, é o próprio Senhor quem sustenta todas as coisas criadas pela Palavra do seu poder.

(Js 10:12-14) “Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o Senhor assim a voz de um homem; porque o Senhor pelejava por Israel”.

(Hb 1:1-3) “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...”.

Quando Cristo voltar para reinar sobre a terra por mil anos o clima será perfeito para o homem, porém ainda haverá distúrbios climáticos por causa da desobediência. Nesse tempo os salvos por Cristo nos últimos dois mil anos, que compõem a Igreja que é o seu corpo, estarão já ressuscitados e reinando com Cristo a partir do céu, enquanto a terra será habitada por seres humanos judeus e gentios ainda em seus corpos naturais, porém imunes aos ataques de Satanás e beneficiados pela cura garantida de suas enfermidades, como eram beneficiados aqueles que ha dois mil anos encontravam-se com Jesus. Este versículo nos fala desse tempo e da consequência de alguns povos faltarem à adoração que será centralizada em Jerusalém:

Falta de chuva – (Zc 14:17) “E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva”.

Mas nenhum evento atmosférico, geológico ou sideral se compara ao que aconteceu há dois mil anos quando Jesus esteve pregado na cruz e por três horas aquele que é a Luz do mundo experimentou as trevas absolutas da ausência de Deus, numa antevisão do que será o juízo eterno para os incrédulos.

(Lc 23:44) “E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol”.

De nada adiantará conhecer todas estas passagens e até acreditar que Deus controla os elementos sem se preparar para a eternidade. Portanto, se quiser um dia estar acima de todos os inconvenientes que o pecado trouxe ao mundo, como clima caótico, doenças e morte, é necessário crer no Filho de Deus, Jesus, e reconhecer que na cruz ele sofreu e morreu pelos pecados daqueles que nele creem. Só para estes é que Deus promete clima bom na eternidade. Para os demais, a previsão não é das melhores, mas...

(Hb 20:27-31) “... Uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: o Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”.

(Lc 21:25-27) “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.

Você não acreditou em nada do que leu até aqui e está lendo com um sorriso de incredulidade e escárnio em seus lábios? Tudo bem, a Palavra de Deus já previa isso e ela diz que...

(1 Pe 3:3-14) “...nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio, Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz”.