Posso pedir dinheiro para a obra do evangelho?
Sua dúvida é se um cristão que trabalhe na obra do evangelho poderia pedir dinheiro a irmãos e assembleias para custear seu trabalho. A resposta é NÃO. É o Senhor da seara quem envia trabalhadores para a seara. Se ele envia, é ele quem dá os recursos. Portanto nenhum irmão deve pedir recursos, seja a outros irmãos, seja a assembleias.
Se os recursos não vierem é porque o Senhor não enviou esse obreiro. Se o Senhor enviou, então ele providenciará os recursos tocando no coração de irmãos individualmente ou de assembleias coletivamente para terem comunhão com o obreiro em seu trabalho. É um erro pedir dinheiro a homens para fazer a obra de Deus. Se cremos que a obra é realmente do Senhor, então devemos pedir os recursos ao dono da seara e ele irá mover os corações neste sentido.
Mais errado ainda é pedir doações de forma geral, as quais poderão vir de incrédulos. É uma VERGONHA encontrarmos “igrejas”, cristãos e sites evangelísticos pedindo doações. Ainda que não exista qualquer problema em cristãos venderem Bíblias e livros (porque eles têm um custo de produção), está fora de questão pedir doações de incrédulos para ajudar na obra de Deus. ”Que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14).
Alguém poderia alegar que encontramos os israelitas pedindo aos egípcios suas coisas preciosas em sua saída do Egito. De fato, em Êxodo 12:35-36 lemos: “Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios objetos de prata, e objetos de ouro, e roupas. E o Senhor fez que seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios”.
É preciso entender que aquilo tinha sido uma ordem específica de Deus para o povo de Israel e tinha o propósito de indenizar os israelitas por todos os bens que os egípcios lhes haviam tirado quando fizeram deles escravos, assim espoliar os egípcios. Lembre-se de que algum tempo antes aquele mesmo povo não era escravo e vivia em uma posição privilegiada como protegidos de José. Este, com o consentimento de Faraó, havia reservado para eles a melhor e mais fértil parte da terra do Egito. Faraó havia dito: ”A terra do Egito está perante ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen” (Gênesis 47:6).
Já o cristão, um estrangeiro neste mundo, deve se fazer guiar pelo exemplo de Abraão, o pai da fé e estrangeiro na terra, que não quis aceitar nem uma correia da sandália do rei de Sodoma. ”Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gênesis 14:22-23).
Temos também para nós o magnífico exemplo dos primeiros cristãos quando saíram pelo mundo dando testemunho de sua fé, e para isso não tomaram nada dos gentios.
“Pois por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios” (3 João 1:7).