Não querer filhos é pecado?

Você pergunta se é pecado não querer ter filhos. Ter ou não filhos é, em primeira instância, uma decisão humana, não divina; é da “vontade do homem” (João 1:13). Portanto um casal que decida ter filhos poderá tê-los, caso seja também o plano de Deus, que pode dar ou não fertilidade para que isso aconteça. Mas se o casal decidir não ter filhos, não terá, a menos que ocorra um descuido em seu controle de natalidade.

Sempre que tivermos alguma dúvida o melhor caminho é irmos ao projeto original de Deus, para saber como ele gostaria que procedêssemos. Jesus nos ensinou a agir assim ao comentar a questão do divórcio levantada pelos fariseus: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mateus 19:4-5). Na continuidade ele é indagado da razão de Moisés ter permitido dar carta de divórcio, ao que responde que aquela exceção se devia, não ao plano original de Deus, mas à dureza do coração dos homens.

Então, o que dizem as Escrituras, a Palavra de Deus, no projeto original de Deus? “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gênesis 1:28). Para mim fica claro que uma das razões da Criação foi a multiplicação da espécie. A procriação é algo que permeia toda a Criação, já que todos os seres vivos foram equipados para isso, em alguns até mesmo como a principal razão de sua existência. Há insetos que permanecem vivos por um período muito curto e morrem após o ato de procriar, o que faz desse ato o ponto alto da existência deles.

Obviamente não somos insetos, mas seres inteligentes criados à imagem e semelhança de Deus. Não fomos criados com a expressa e única finalidade da procriação, mas para algo mais elevado, e para o cristão isso inclui também “procriar” no sentido de filhos na fé. Paulo, ao escrever aos Coríntios aos quais havia levado as boas novas da salvação, diz: “Admoesto-vos como meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo” (1 Coríntios 4:15). Ele tinha sido responsável por apresentar a eles o evangelho da graça de Deus (Atos 18:1) e agora podia chamá-los de “meus filhos amados”. A mesma alegria e privilégio tinha o apóstolo João, falando com orgulho de sua “prole”: “Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade“ (1 João 1:4).

Voltando ainda ao Jardim do Éden vemos que, apesar da ordem dada por Deus de procriar, ela preferiu ter outra agenda quando foi enganada pela serpente e acreditou em suas palavras: “Sereis como Deus” (Gênesis 3:5). A tentação que sugeria a insubordinação, independência e autossuficiência falou mais alto, e antes mesmo de Adão e Eva se dedicarem aos prazeres da relação sexual, obviamente aprovada por Deus naquela união marido-mulher, e conceberem um filho para perpetuar a espécie, eles conceberam o primeiro pecado que passou de geração em geração. E lembre-se de que, para Eva, um parto no Jardim do Éden seria indolor (Gênesis 3:16).

O Salmos 127:3 diz que “os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava” (Salmos 127:3-5), mostrando que filhos não são um castigo, mas uma recompensa. Na Igreja filhos são como credenciais para aqueles que desejam atuar no cuidado da assembleia local, como ensina o apóstolo ao falar das credenciais de um ancião: “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição” (1 Timóteo 3:4). Para que viúvas não ficassem desamparadas e pudessem receber o auxílio da assembleia local, os filhos faziam parte dessa qualificação: “Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido; tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra” (1 Timóteo 5:9-10).

Portanto, existe também o aspecto da velhice, quando os papeis se invertem: aquela mãe que cuidou dos filhos terá filhos e netos que poderão dela, como ensina esta passagem: “Se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus” (1 Timóteo 5:4).

Depois de considerar tudo isso, eu pergunto: Qual a razão de você não querer ter filhos? Você citou o versículo em Lucas 21:23-24: “Ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem”. Esta passagem já aconteceu quando da destruição de Jerusalém no ano 70 da era cristã e subsequente diáspora ou dispersão dos judeus. Repare que a passagem menciona “este povo”, uma referência ao povo judeu em contraste a “todas as nações” para onde seriam dispersos, e também diz que “Jerusalém será pisada pelos gentios até que os tempos dos gentios se completem”. Estamos ainda nos “tempos dos gentios”, que começaram com Nabucodonosor, ao qual Deus deu o controle da terra de Israel e do mundo de então. Os “tempos dos gentios” só terminarão quando Cristo estabelecer seu reino na terra e Israel voltar a ser a principal nação no mundo, como foi nos dias de Salomão.

Hoje Jerusalém parece estar nas mãos dos judeus, porém a cidade e a terra estão divididas, e eles não têm total controle sobre sua nação, e nem são o expoente entre as nações do mundo. O Estado de Israel existe à sombra do poderio dos Estados Unidos e Europa, sem o qual ele seria dizimado pelos inimigos que o cercam.

Mas você poderia ter citado outra passagem semelhante, em Mateus 24:19, que diz: “Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!”. Apesar de ser parecida com a de Lucas 21, esta passagem ainda não aconteceu e só se cumprirá durante a Grande Tribulação, alguns anos após o arrebatamento da Igreja. Então Deus levantará um remanescente judeu fiel que deverá perseverar até a vinda do Messias para estabelecer seu Reino. Repare que na continuação diz que “haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24:21). Isto indica algo muito maior e global do que a destruição de Jerusalém no ano 70 da era cristã, ou maior até que o Dilúvio universal. De qualquer modo a Igreja, que é o conjunto dos salvos por Cristo na presente dispensação, já terá sido levada para o céu antes que isso aconteça.

Não quero dizer com isso que o mundo seja um lugar maravilhoso para se criar filhos. Não é, nem para incrédulos, nem para cristãos. Aqueles que são pais sabem dos desafios de se criar os filhos na “admoestação do Senhor” (Efésios 6:4) numa sociedade cada vez mais degradada pelo pecado. Todavia, para aqueles que alegam não querer colocar filhos em um mundo tão problemático e hostil para evitar que sofram, a resposta de Deus aparece nas instruções dadas ao seu povo da antiguidade, quando este foi levado para o cativeiro na Babilônia. Ao invés de se revoltarem contra o inimigo que os desterrou, ou boicotar o progresso da adversária Babilônia, a ordem divina foi para que levassem uma vida em paz no território inimigo, e nessa ordem fica clara a importância de gerar filhos:

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, os quais fiz transportar de Jerusalém para Babilônia: Edificai casas e habitai-as; e plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas, e tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; e multiplicai-vos ali, e não vos diminuais. E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29:4-7).

Mas quais outras razões levariam alguém a não querer ter filhos? Muitas, além da que já mencionei de recear o mundo mau em que vivemos. Existe também o argumento de que Cristo poderá voltar a qualquer momento e nem ter tempo de criar um filho, mas isso não seria um problema, e sim um privilégio. Crianças que ainda não atingiram a idade da razão para poderem entender sua condição e crer em Cristo se enquadram naquilo que o Senhor disse em Marcos 10:14: “Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus”. O sacrifício de Cristo também proveu o necessário para que fetos abortados, natimortos e crianças pequenas sejam salvas. E se a dúvida é o que iria acontecer com os filhos de um pai ou uma mãe crente no arrebatamento, basta olharmos para as figuras desse evento no passado para descansarmos no cuidado de Deus. Nenhuma criança israelita foi deixada no Egito quando da partida do povo de Israel. Bem que Faraó queria impedir os pais de levarem seus filhos, mas Deus não aceitou tal condição.

Uma razão que costuma ser muito forte quando se fala em evitar filhos é o egoísmo, geralmente por a pessoa querer ter uma vida centrada em si mesma, ou no máximo dividí-la apenas com seu cônjuge. Aparentemente a ideia é que quanto mais gente você tiver ao redor para compartilhar seu tempo, esforços e bens, menos lhe sobrará para si mesma. Acredito que um bom exemplo disso tenha sido Onã, em Gênesis 38:8-10: “Então disse Judá a Onã: Toma a mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão. Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão. E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou”.

Onã atendeu ao pedido de Judá, porém apenas em parte. Ele efetivamente tomou a viúva de seu irmão como esposa, mas não tinha a intenção de gerar descendência dela, pois de acordo com os costumes da época o descendente não seria seu, mas de seu irmão. Então ele interrompia o coito e “derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão”. É muito fácil perceber que seu motivo era egoísta e fica claro também que Deus reprovou de forma dramática seu modo de proceder.

Outra objeção que às vezes escuto de mulheres que não desejam ter filhos é que filhos atrapalhariam suas carreiras. Esta não é senão outra forma de egoísmo, pois coloca o interessa da mulher acima do desejo que Deus tem para as mulheres, que é o de que “se casem, gerem filhos, governem a casa, e não deem ocasião ao adversário de maldizer” (1 Timóteo 5:14). Se olharmos quem é a mulher virtuosa aos olhos de Deus, veremos que ela não apenas tem uma carreira bem-sucedida, com empregados e tudo mais. Ela também é sujeita a seu marido, cria bem seus filhos e não se deixa seduzir pela “vã formosura”, que leva algumas mulheres a evitarem filhos para não estragar a boa forma e a aparência do corpo.

“Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis. O coração do seu marido está nela confiado... Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos. Como o navio mercante, ela traz de longe o seu pão. Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas. Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos... Vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite... Estende as suas mãos ao fuso, e suas mãos pegam na roca... Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura... Faz panos de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores... Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça... Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva... Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada” (Provérbios 31:10-31).

Mas existem também situações quando, por questões de saúde uma mulher não pode se sujeitar aos riscos de um parto. Há também casais atingidos pela infertilidade, que desejam procriar, mas não podem. Em casos assim sempre existe a possibilidade de adoção. Afinal, se Deus nos adotou, por que acharmos que um filho adotivo será menos que um biológico?

Existem situações quando um casal decide não ter filhos para poder se entregar com maior afinco à obra do Senhor, mas não vejo isso acontecer com frequência. Há também o caso mencionado na passagem de 1 Coríntios 7:25 em diante, onde o assunto não é ter filhos, mas deixar de se casar para poder se ocupar com as coisas do Senhor. Alguém poderia tentar usar esta passagem para evitar colocar filhos no mundo “por causa da angustiosa situação presente” (1 Coríntios 7:26), mas na passagem Paulo está falando, não que os casados evitem filhos, mas que simplesmente os solteiros não se casem. Se o argumento de evitar colocar filhos no mundo para não sofrerem com “a angustiosa situação presente” fosse válido, tanto judeus quanto cristãos já seriam povos extintos, porque sempre passaram por algum tipo de perseguição neste mundo.

Vale lembrar que a condição normal e natural de uma mulher é a de mãe, pois ela é biologicamente preparada para isso e também inclinada para o cuidado da criança. Mulheres são até naturalmente atraídas pelo cheiro de bebês (sim, bebês têm um cheiro peculiar) e a isso chamamos de instinto maternal. É como se ela já nascesse com um sistema operacional instalado no cérebro e com esta finalidade. Sentir o contrário não é normal, biologicamente falando, mas pode ser consequência da influência cultural de nossos dias e de toda a carga de informação voltada à “igualdade dos gêneros” que a mídia descarrega sobre a sociedade. Não é difícil perceber de onde vem essa influência que começou no Éden: daquele que é o maior inimigo da mulher, “o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás” (Apocalipse 20:2). Por ocasião da queda Deus colocou inimizade entre Satanás e a mulher, passando ela a ser o principal alvo dos ataques do inimigo, porque da mulher viria também Aquele que esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15). Depois daquilo Satanás não sossegou em sua empreitada de matar crianças. Basta lembrar da matança ordenada por Faraó, certamente energizado pelo diabo, vitimando meninos em toda a terra do Egito. Também por ocasião do nascimento de Jesus o rei Herodes mandou matar crianças de até dois anos de idade. E hoje, quando nem sempre ele destrói fisicamente, certamente faz questão de incutir nas crianças uma carga cada vez maior de ocultismo e magia através da mídia, na tentativa de levar as novas gerações a acreditarem que o mal faz bem e que o dragão é amigo.

Agora podemos entender melhor o que diz 1 Timóteo 2:13-15: “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação”. A única maneira de Deus trazer ao mundo o Salvador, aquele que esmagaria a cabeça da serpente, seria através de uma mulher que quisesse ter filhos. Antes que alguma mulher pense que a maternidade seja uma posição inferior à do homem, leia com atenção o que vou repetir: O Salvador só poderia vir ao mundo por meio de uma mulher disposta a conceber. Jesus não teve pai humano, mas teve mãe humana. O varão era, por assim dizer, “dispensável” no processo da vinda do Salvador ao mundo. A mulher não. Sem ela nunca teríamos conhecido a exclamação de Isabel dirigida a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre“ ( Lucas 1:42).

Dada a imensa importância da mulher na obra de salvação do mundo, Deus quis “salvá-la” da influência de seu arqui-inimigo, o Diabo. A verdade de que a serpente passaria a ser inimiga da mulher persiste até hoje, daí Deus preferir não expor a mulher para que ela não volte a ser enganada pelo Diabo. Mas essa salvaguarda a mulher só tem enquanto permanece na posição que Deus reservou a ela, ou seja, “Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação” (1 Timóteo 2:15). Este “salvar-se-á” não se refere à salvação de sua alma, mas a mantê-la a salvo dos ataques da serpente.

Depois de ter citado a ordem da Criação, do “crescei e multiplicai-vos”, eu me atreveria a acrescentar algo voltando ainda mais no tempo, a um ponto bem mais distante da Criação, e invadir a eternidade para saber qual a disposição de Deus a respeito do assunto. Ter um filho é algo que faz parte da própria natureza divina, pois mesmo antes da fundação do mundo sempre existiu o Pai e o Filho, além do Espírito Santo. Não é preciso se aprofundar muito nos Evangelhos para perceber o quanto existe ali de relação Pai e Filho, e do amor envolvido nessa ligação. Mas o Pai quis ir além da relação de amor que cultivou eternamente com o Filho. Ele quis ter mais filhos, um número incontável deles, para que estes pudessem desfrutar de um tremendo privilégio: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo” (Romanos 8:16-17).

O Evangelho de João mostra que Cristo veio ao mundo para morrer a fim de que Deus tivesse muitos filhos: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto... a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 12:24; 1:12). Em Hebreus 2:10 lemos que “convinha que aquele [Jesus], para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles”. E Efésios 1:1 nos exorta a sermos “imitadores de Deus, como filhos amados”. Juntando tudo, só posso concluir que o desejo de Deus, ainda nos tempos eternos, foi o de ter filhos, muitos filhos. Pergunto: Você é grata por Deus ter tido esse desejo ou não?