A relação bíblica homem-mulher está fora de moda?

Após ter lido algum texto que escrevi sobre o namoro ou casamento você escreveu perguntando se a relação homem-mulher da Bíblia não deveria passar por uma atualização para seguir os padrões modernos. Segundo você, a maneira de um homem e uma mulher se relacionarem na Bíblia estaria muito longe do que é a prática considerada normal nos dias de hoje.

É importante entender que mesmo lendo a Bíblia podemos ficar confusos sobre a interpretação do relacionamento entre o homem e a mulher, já que em Gênesis encontramos um casal e não muito tempo depois já vemos a poligamia praticada até mesmo entre o povo de Deus. Davi e Salomão, por exemplo, tiveram dezenas de mulheres.

Quando chegamos ao Novo Testamento as coisas pareciam mais comedidas, o que mostra que os costumes realmente mudam com os tempos, indo e voltando conforme o caso. Então o que fazer? Quando queremos descobrir como era uma construção que passou por muitas reformas o jeito é ir ver o projeto original. É o que Jesus aconselha aqui:

(Mt 19:4-6) “ Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne ? Assim não são mais dois , mas uma só carne”.

Um homem, uma mulher, uma união. Este é o plano original de Deus e ratificado por Jesus nos Evangelhos. O modelo marido-mulher é a representação de algo muito maior: a relação entre Jesus e sua Igreja, formada por todos os salvos:

(Ef 5:31-32) “ Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja ” .

Mais uma vez vemos um homem e uma mulher em uma união oficial. Para que exista isso e seja uma figura de Cristo e a Igreja é preciso que seja algo realmente decidido, não um “ficar”. Deus nos livre de pensar que Cristo poderia apenas “ficar” com a Igreja por algum tempo e depois partir para outra experiência.

O matrimônio que a Palavra de Deus prevê para o casal é algo oficial. As leis da maioria dos povos prevê uma união civil entre um homem e uma mulher oficializada com testemunhas, portanto é assim que deve ocorrer.

No evangelho de João, capítulo 2, o primeiro milagre de Jesus acontece em uma festa de casamento. Veja que seu primeiro milagre não foi levantar um morto ou curar um leproso, mas providenciar vinho para o bufê da festa, aparentemente algo sem importância diante da grandeza de Jesus. Mas creio que ele quis mostrar o quão importante é a união entre o homem e a mulher no casamento, pois afinal de contas a história toda termina em Apocalipse com um casamento: Cristo e sua Igreja.

Espero ter respondido sua pergunta. Os detalhes, isto é, se pode beijar na boca, se pode fazer carícias, se pode isso ou aquilo, creio que o Espírito Santo lhe ajudará a ter discernimento quando for o caso.

(Jo 2:1-11) “ E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele”.