Qual a diferença entre islamismo e cristianismo?

Acaso essa agressividade sua é normal? Confesso que nunca conversei sobre questões de fé com um muçulmano e não sei que comportamento é considerado normal para você numa situação assim. O uso de clichês pode parecer falta de argumentos, e você usou vários: “dogma luterano inventado por um bêbado mulherengo”, “outra mentira cristã”, “esse papo de filho de Deus salvador vem de cultos pagãos e deuses solares”, “farsa da trindade”, “muitas profecias são pura distorção”, “falsificação da Bíblia”, etc.

Antes que me esqueça, obrigado pela visita ao meu blog www.respondi.com.br. O fato de você não poder fazer comentários ali não se trata de “mentir unilateralmente” como me acusou de fazê-lo. A razão é que antes o blog era aberto a comentários, mas algumas pessoas começaram a usar a área de comentários para fazer apologia a práticas e crenças contrárias à Palavra de Deus. Por falta de tempo para responder ou filtrar, decidi fechar os comentários.

Não entendi por que me acusa de “atacar o Islã”. Você considera um ataque comparar Jesus e Maomé, ou alguma das comparações está equivocada? Pode indicar qual? Você sabe muito bem que Maomé tinha grande apreço por Jesus.

Você também fala da “falsificação da Bíblia”. Poderia indicar uma versão não falsificada? Você usa a Bíblia para responder, mas é um problema usar algo falsificado, a menos que tenha o original. Só podemos afirmar que algo é falsificado se tivermos o original para comparar. Você tem?

Minha intenção não é fugir. O tema “Trindade” você não pode entender, pois há uma pré-condição para isso. Eu provavelmente falaria muitas besteiras se fosse discutir o Islã com você, por não ter a bagagem que você tem. O problema é que a condição para entender algumas das verdades da Bíblia é a conversão, como Paulo explica em 1 Coríntios 2:

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.

Homem natural é o homem inconverso, que não recebeu ainda a vida eterna e o Espírito Santo de Deus. Daí eu naturalmente levar o assunto para a questão da pré-condição:

Se você morrer agora, para onde vai? Você OUVE? Você CRÊ? Você TEM a vida eterna? Você NÃO ENTRARÁ em juízo? PASSOU da morte para a vida? O apóstolo João escreveu: “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, PARA QUE SAIBAIS que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus” (1 jo 5:13).

Este é um ponto cardeal no cristianismo. Como você pode querer impressionar um cristão com uma fé que não lhe dá um átomo sequer de segurança e paz quanto ao seu futuro eterno? Você compraria uma passagem se a companhia aérea dissesse que não sabe para onde vai seu voo e nem menos se vai chegar?

Um dia uma menina mórmon (os mórmons não creem que Cristo seja Deus e Salvador e adoram o profeta deles, Joseph Smith) queria me convencer a aceitar o mormonismo, e minha pergunta a ela (que, como você, não tinha certeza de seu futuro eterno), foi a mesma. Em suma, o que você tem que possa me interessar ou a qualquer cristão que tem a vida eterna, a paz e a segurança quanto ao seu destino?

Agora respondendo algumas questões...

Você escreveu: “Até Jesus falou ‘porque me chamas bom, bom só há um, que é Deus’, então, a perfeição só pertence a Deus.”.

Minha formação é em arquitetura (não exerço). Se você me chamar de arquiteto, eu posso responder: “Por que me chamas de arquiteto. Arquiteto nesta conversa só existe um”. Eu entendo que a resposta do Senhor Jesus foi neste sentido.

Você escreveu: “Para turvar o assunto você inseriu ‘o pecado original’, outra mentira cristã.”.

O pecado é a natureza. Explico: um pé de limão é limoeiro, não porque dá limões, mas porque é de sua natureza. Os limões são apenas consequências da natureza da árvore. Assim um pecador o é não porque peca. Sua natureza é pecador. Pecados são seus frutos. A morte de Cristo resolveu judicialmente a questão do pecado (que entrou na criação) e dos pecados individuais daquele que nele crê. Mesmo que ninguém fosse salvo, ainda assim Cristo, com sua morte, teria tirado o pecado do mundo (ou seja, glorificado a Deus quanto a essa nódoa na Criação). É isso que a Bíblia ensina.

Pelo jeito o Islã acredita que todo homem é inerentemente inocente e bom, porém capaz de pecar. É como uma árvore genérica que pode dar limões. Então já fica um pouco mais clara a diferença.

Eu, Mario, sou um pecador perdido. Como não tenho virtude alguma que garanta a salvação (lembre-se, sou pé de limão, portanto só posso produzir limões), dependo exclusivamente da obra de Cristo e da graça de Deus para chegar lá. E, no céu, jamais poderei me gabar de ter alcançado por alguma virtude minha, pois não as tenho.

Você não é pecador (no sentido de não considerar que tenha a natureza pecaminosa) e depende de suas virtudes para se salvar. Embora não possa ter certeza alguma de seu destino ou se já colecionou virtudes suficientes para fazer o fiel da balança pesar a seu favor, digamos que consiga. Para quem fica o mérito? Lembre-se de que, no Islã, o maior pecado é o orgulho, tentar se igualar a Deus. Mas se o padrão de virtudes é Deus, será que ele aceitaria alguém que estivesse abaixo desse padrão? E se alguém se considerar à altura do padrão, como fica Deus?

É uma equação difícil de resolver, mas quando vejo na Bíblia que Cristo não somente tomou meu lugar no juízo, mas também é por meio dele que sou justificado (reputado por justo), toda a glória pela minha salvação é dada a Cristo. Como ele é Deus, toda glória é dada a Deus.

Você escreveu: “O fato é que não há uma profecia que diga claramente ‘Deus virá em forma humana para morrer e redimir o mundo’.”.

Há sim: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:4-5).

Você escreveu: “Jesus não veio pra morrer, veio pra revitalizar a lei.”.

Para sabermos o que ele veio fazer o melhor mesmo é perguntar a ele: “E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.... E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. E dizia isto, significando de que morte havia de morrer” (Jo 12:23-33).

Você escreveu: “Muitos profetas tiveram várias esposas, quantas vezes Deus os condenou?”.

Os árabes são grandes matemáticos. De quantos elementos é formado o número “dois”?

Ele (Jesus), porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e SERÃO DOIS numa só carne?” (Mt 19:4-5).