O que a Bíblia diz da pena de morte?

Quando Deus criou o homem, criou um homem inocente e sem qualquer conhecimento de bem ou mal. O homem não conseguiu conservar sua inocência e pecou, o que acarretou uma pena de morte, morte física e espiritual, além da expulsão da presença de Deus.

Como consequência do pecado e rebelião, todos nascemos mortos espiritualmente e sujeitos à morte também do corpo, além de naturalmente réus do juízo eterno. O Senhor deixou claro em João 3:18 que a condenação é um estado permanente e natural ao ser humano, e não, como pensam alguns, algo que se adquire por não praticar o bem. “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

Depois de sua queda e de posse da consciência do bem e do mal, o homem preferiu continuar em rebelião contra Deus até vir o dilúvio, uma espécie de recomeço. A Noé, o patriarca de uma nova geração de pessoas, foi dada a autoridade humana de julgar e condenar seus semelhantes. “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.” (Gn 9:6).

Essa autoridade — de derramar o sangue de um homicida — nunca foi revogada. No Novo Testamento encontramos o Senhor apontando as consequências normais do ato de um homicida, “Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão”. (Mt 26:52).

E o apóstolo Paulo, falando da prerrogativa da autoridade humana instituída por Deus, deixa claro a extensão do poder da autoridade: “Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal”. (Rm 13:4). É importante lembrar que uma espada trazida pela autoridade à qual ele se refere aqui não é um enfeite, mas serve para matar.

A ordem de Deus dada ao homem, de condenar à morte o homicida, nunca foi revogada. A ideia de que no Brasil ou em outros países não exista pena de morte é falsa, pois a autoridade continua carregando a espada (a arma) e a utiliza quando necessário, ou seja, aplica a pena de morte. É o caso de um policial que se vê obrigado a eliminar um bandido que está causando perigo à população.

À medida que os homens vão diluindo a autoridade divina e o próprio conceito de autoridade humana, toda a sociedade vira um caos como o que encontramos em situações de anarquia ou de frouxidão dos poderes instituídos. Com a autoridade do governo, da polícia, dos pais e professores diluída por discursos que nada mais são do que uma clara rebelião à autoridade maior, de Deus, ainda que envoltos em “aparência de piedade”, nada mais resta senão ver claramente que não falta muito para as “estrelas” caírem do céu, como preconiza o livro de Apocalipse.

Nesse tempo ainda futuro, aquele que deseja ser, só ele, a autoridade máxima, cuidará para que de uma vez por todas as “estrelas” do céu sejam destituídas de seus lugares altos, para que ele assuma o posto de comandante supremo.

E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra” (Ap 12:3-4).

Se você considerar que a Bíblia responde às questões que a própria Bíblia levanta, irá se lembrar que “estrelas”, juntamente com o Sol e a Lua, são apresentadas pela primeira vez em Gênesis no papel de governantes do dia e da noite:

E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.” (Gn 1:14-18).

Irá se lembrar também que Satanás foi o primeiro a contestar a autoridade de Deus no jardim do Éden: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3:1).

O que falta? Irmos do primeiro livro, Gênesis, ao último livro da Bíblia, Apocalipse, para descobrirmos quem é essa serpente ou o dragão do versículo que citei, que não apenas contesta a autoridade de Deus, mas enfraquece e destitui as autoridades humanas, simbolizadas pelas estrelas, varrendo-as de sua posição de governo:

... o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás”. (Ap 20:2).