A escola dominical é uma reunião de assembleia ou igreja?

Acho que estamos tendo um problema de conceitos. Você perguntou se as crianças da escola dominical não constituem uma reunião de assembleia ou da igreja. Deixe ver se consigo esclarecer.

Uma reunião de assembleia ou igreja é algo solene. Dois ou três reunidos ao nome do Senhor não são dois ou três irmãos que se encontram na casa de alguém ou no trabalho para falar de Cristo ou ler a Palavra. Se me reúno com a família para lermos a Palavra à noite, se oramos, trocamos ideias, rimos, atendemos ao telefone (sempre toca nessa hora!), não é uma reunião de assembleia, embora existam mais de dois reunidos.

Um exemplo: Dois ou três funcionários de uma empresa estão no corredor tomando cafezinho e resolvendo todos os problemas da empresa, segundo a ideia de cada um. De repente passa alguém e avisa: O presidente da empresa convocou uma reunião de assembleia para daqui a dez minutos. Eles correm, dão uma arrumada na roupa, penteiam o cabelo, pegam os documentos que interessam e entram na sala de reuniões. O presidente dá por iniciada a reunião.

Será que algum daqueles funcionários, que lá fora sabia resolver tudo, abre a boca agora? Não. Eles esperam o presidente dar a palavra. E quando este o faz, o funcionário escolhe muito bem o que vai dizer. Se não tem certeza, não diz. O presidente está dirigindo tudo, existe uma formalidade, existe ata e tudo mais. Todos estão atentos ao que está sendo dito e se estiver em desacordo com os interesses da empresa, o que fala será interrompido.

Entendemos que houve uma mudança da reunião informal no corredor, para uma reunião solene na presença do presidente? Então entendemos a diferença entre bater papo ou estudar alguma passagem, e o momento quando entramos na presença do próprio Senhor, reconhecendo a sua autoridade no meio, e estando sujeitos a ele para dirigir tudo por seu Espírito. Isto é uma reunião de assembleia (igreja).

O Senhor prometeu: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ai estou eu no meio deles” (Mt 18:20). Alguns detalhes importantes:

  • “ONDE” — Deus estabelece o lugar, não o homem. Foi assim com os Judeus (Dt 12:14) “No LUGAR que o Senhor escolher”. Foi assim com a ceia. (Lc 22:9) “Eles lhe perguntaram: ONDE queres que a preparemos”.

  • “ESTIVEREM” — Deus nos traz juntos. Não existe no homem o poder de congregar, a não ser que ofereça algo de interesse comum para atrair.

  • “DOIS OU TRÊS” — Isto nos fala de um testemunho perfeito, conforme várias passagens.

  • “REUNIDOS” — O “estar reunido” é algo que vai junto. Laranjas não ficam juntas se não existir algo que as reúna, no caso a cesta. Creio que deve ser o Espírito santo “a cesta” a reunir os cristãos, e não alguma doutrina, denominação, costume ou interesses comuns. Hoje se fala de existirem várias denominações diferentes para que cada um ache a que lhe agrada. Seria isto ser dirigido pelo Espírito ou ser guiado pela própria vontade?

  • “EM MEU NOME” — Meu filho poderia tirar meu sobrenome do seu, e isto me seria desonroso. Mas não seria menos desonroso ele considerar meu sobrenome suficiente para identificá-lo e decidir acrescentar algo como “da Silva” ou “Pereira” no final. O nome que está acima de todo nome deveria nos bastar, para servir de identificação. Por que não basta? Responda no seu coração. Mas vejo que só existe UM NOME autorizado a identificar uma reunião de cristãos, nenhum mais.

Existe outra coisa ligada ao nome e é a autoridade. Fazermos algo em nome de alguém significa fazermos com a autoridade que essa pessoa nos delegou. E estarmos reunidos em (ou ao) nome do Senhor é estarmos reunidos com a autoridade recebida dele, e reconhecendo que só ele é autoridade nessa reunião.

  • “AÍ ESTOU EU” — Creio na presença pessoal de Cristo na reunião dos santos. Portanto vou às reuniões não para ver alguém pregar, cantar ou orar, nem mesmo para eu fazer tudo isso, mas vou porque o Senhor está lá no meio. Ele prometeu (crê nisto?). Não posso vê-lo com os olhos da carne, mas ele está lá. Ele é o que nos motiva a estar lá. E mesmo que nenhum irmão traga um hino, ninguém ore, ninguém se sinta motivado a trazer uma palavra, o fato de ele estar lá é o que importa. É suficiente.

  • “NO MEIO DELES” — Após a ressurreição o Senhor se pôs no meio dos discípulos. Está ele no meio? É ele o centro da reunião? Estão as coisas sendo feitas por ele e para ele? Existe liberdade para ele ministrar por seu Espírito a quem quiser?

Deixo para que você julgue, à luz da Palavra de Deus, se está realmente enxergando isto e vivenciando esta experiência.