O que teria acontecido se os judeus tivessem recebido Jesus?
Para sua dúvida sobre o que teria acontecido se os judeus tivessem recebido Jesus, acredito que um texto de Edward Dennett possa ajudar. Ele escreveu:
“Se os judeus tivessem recebido João Batista, eles teriam também recebido o Messias e o reino seria então estabelecido em poder. Então, se isso acontecesse, Malaquias 4:5-6 teria se tornado realidade no que diz respeito a João: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”.
Mas não foi o que aconteceu, pois apesar das multidões que se ajuntaram ao redor de João quando ele primeiro clamou “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3:2), havia pouco exercício de consciência e quase nenhuma conversão do “coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais”. Por fim, conforme sabemos, João morreu pelas mãos de seus executores em uma solitária prisão. Portanto, embora sua missão fosse “no espírito e poder de Elias” (Lc 1:17), e caso os judeus o tivessem recebido ele teria sido o Elias em tudo o que sua missão significava, não teria sido ele o cumprimento da profecia. Por isso Deus irá ainda enviar o “profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor” (Ml 4:5). Mesmo assim João Batista foi o mensageiro do Senhor e preparou o caminho diante dele ao anunciar a sua vinda e pregar o batismo de arrependimento. Apesar do pequeno número de pessoas que o receberam, ele sem dúvida alguma preparou o caminho do Senhor. (Veja João 1:35-51) - “Malachi or The State of Things in The End” - Edward Dennett.
Talvez você pergunte como ficaria a Igreja no caso de Israel aceitar seu Messias. Talvez este texto possa ajudar no entendimento de como as coisas funcionam na profecia:
“A Igreja não faz parte dos desígnios de Deus para com Israel na terra. A Igreja não pertence ao tempo, mas à eternidade. Ela não é terrena, mas celestial. Ela é chamada à existência durante um intervalo não previsto — uma pausa ou parêntese como consequência de o Messias ter sido cortado. Humanamente falando, se Israel tivesse recebido o Messias, então as setenta semanas ou quatrocentos e noventa anos teriam se cumprido; mas Israel rejeitou seu Rei, e Deus se recolheu ao seu lugar até eles reconhecerem sua iniquidade. Deus suspendeu suas tratativas públicas com Israel na terra, apesar de continuar controlando todas as coisas por sua providência e mantendo seus olhos sobre a semente de Abraão, sempre amada por causa daquele patriarca. Enquanto isso Deus está chamando da terra e de entre os gentios esse corpo chamado Igreja, para ser companheira de seu Filho na glória celestial — para estar completamente identificada com ele em sua atual rejeição aqui, e para aguardar em santa paciência o Seu glorioso advento” - “A Vinda do Senhor” - C. H. Mackintosh
O que você lê nos evangelhos deve entender que ali os discípulos estão na qualidade de judeus pertencentes a um remanescente que esperava pelo Messias. Depois de ser rejeitado, morrer e ressuscitar, Jesus enviou o Espírito Santo para formar a igreja. É como se Deus tivesse apertado a tecla “PAUSE” na “música” de Israel, o povo terreno de Deus, para tocar a “música” da Igreja, que é celestial.
Depois que a igreja for arrebatada Deus apertará a tecla “PLAY” e a “música” de Israel voltará a tocar com um remanescente judeu que irá aguardar o Messias, à semelhança dos discípulos nos evangelhos. Este remanescente pregará o evangelho do Reino e será perseguido, até Cristo descer dos céus com sua Igreja para estabelecer seu Reino de mil anos na terra destinado a Israel e as nações que estiverem aqui.