As virgens de Mateus 25 representam a igreja?

Mateus 25

Neste ponto eu não concordo com o autor do livro que mencionou isto e que seja especificamente da Igreja que fala a parábola. Creio que a parábola de Mateus 25 fala do testemunho de um modo geral (porque fala de luz) e a relação ali parece ser muito mais com Israel do que com a Igreja.

A parábola começa falando do reino dos céus, que é o caráter da profissão neste mundo, que mescla verdadeiros e falsos em sua profissão individual de fé. No reino dos céus há joio e trigo, virgens tolas e prudentes. Não devemos nos esquecer de que as virgens não são noivas do noivo, mas fazem o papel que hoje chamaríamos de damas de companhia.

Em certo sentido o Senhor tem duas noivas ou esposas: Israel e a Igreja. Cantares é uma ode de amor do Noivo para a noiva, e ali é de Israel que está falando.

O livro de Ester tem um profundo significado em forma de figuras, no qual Assuero está no papel da autoridade máxima (que é Deus, mas Deus não é citado no livro), e a esposa gentia desse rei o despreza (uma figura da igreja antes do arrebatamento, orgulhosa, no espírito de Laodiceia, que não quer testemunhar de sua glória para o mundo). Então ela sai de cena (é reprovada como testemunho) e uma esposa judia toma o seu lugar em um período de grande tribulação.

Continuando com os tipos, Mardoqueu seria um tipo de Cristo, o homem obediente que salva a vida e a honra do rei em troca de nada e também, por isso, acaba sendo instrumento na salvação do povo judeu. Assim como Jesus na tentação do deserto, Mardoqueu nega-se a prestar adoração a Hamã, uma figura de Satanás.

J. N. Darby faz o seguinte comentário da parábola das virgens:

"Os professos, durante a ausência do Senhor, são aqui representados como virgens, que saem para encontrar o Noivo, e iluminarem seu caminho até a casa. Nesta passagem ele não é o Noivo da igreja. Ninguém irá encontrar-se com ele para suas núpcias com a igreja no céu. A noiva não aparece nesta parábola. Se ela tivesse sido apresentada aqui, então teria sido Jerusalém na terra. Neste sentido a assembleia não é vista nestes capítulos. Aqui se trata da responsabilidade individual durante a ausência de Cristo”.