Tiatira e Sardes
Apocalipse 2 e 3
No episódio anterior vimos as cartas a Éfeso, Esmirna e Pérgamo representando, respectivamente, o abandono do primeiro amor, a época das grandes perseguições e a acomodação da igreja ao mundo, comprometendo-se com o poder secular de Roma. Seguem-se as cartas a Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, quatro períodos bem definidos da história do testemunho cristão no mundo, com características que permaneceriam até a vinda de Jesus.
Tiatira é elogiada por ter muito amor, boas obras, fé e paciência. Porém é repreendida por promover a idolatria e se prostituir, isto é, comprometer-se com o mundo na busca de vantagens seculares. Você não precisa ser grande conhecedor de história para perceber que a descrição serve como uma luva no sistema católico romano. Tiatira também admite que uma mulher ensine, a qual é chamada de Jezabel. Foi com o catolicismo romano que se introduziu a ideia de que a igreja ensina, o que contraria a Palavra de Deus que proíbe a mulher de ensinar. A igreja é feminina, é a noiva de Cristo; ela não ensina, ela aprende. Jezabel continua viva e ativa como um sistema agindo nos bastidores do catolicismo e até os papas estão sujeitos a ela.
O período de Tiatira teve seu apogeu do sexto ao décimo quinto século, quando veio a reforma protestante. Mas nesta carta Jesus fala de sua vinda, dando a entender que este sistema permanecerá até o fim. É dele que sai o protestantismo do período seguinte, representado pela carta à igreja de Sardes. Esta é caracterizada como tendo nome de que vive, porém está morta. Apesar de ter boas coisas, acabou se afastando daquilo que recebeu e ouviu. Por não ansiar pela volta do Senhor a qualquer momento, mas acreditar que o mundo precisaria antes ser cristianizado, ela será surpreendida pela vinda do Senhor como se fosse um ladrão inesperado. Este período vai do século 16 ao 19, quando empresta alguns elementos do período seguinte, representado aqui por Filadélfia.
Filadélfia não recebe palavras de reprovação, mas de consolo e é assegurada de ter diante de si uma porta aberta. Suas características, nem sempre admiradas pelos homens, são elogiadas pelo Senhor. Ela tem pouca força, guarda a Palavra de Deus e está comprometida com o nome de Jesus. Filadélfia surge na virada do século 18 para o 19 como uma reação à tendência da cristandade de buscar força política, desconsiderar a Palavra de Deus e dar pouca importância ao nome de Jesus como o único centro de reunião. Se no período da reforma protestante Deus havia usado Sardes para resgatar a verdade da salvação pela fé, escondida debaixo de séculos de romanismo, no século 19 muitas verdades foram trazidas à tona por Filadélfia, em especial as que dizem respeito à doutrina da igreja revelada ao apóstolo Paulo. Este é o assunto dos próximos 3 minutos.
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