Sinais ou sabedoria?

1 Coríntios 14:1-40

Se você já viu um ou mais cristãos falando em voz alta e não entendeu o que diziam, vou tentar explicar o que foi aquilo. Se perguntasse, eles diriam que estavam falando em línguas estranhas ou estrangeiras, e realmente no Novo Testamento encontramos tal prática. Mas o que é isso? Paulo explica em sua primeira carta aos Coríntios que foi um sinal dado por Deus por causa da incredulidade dos judeus. Nos versículos 21 e 22 do capítulo 14 ele diz:

Está escrito na Lei: ‘Por meio de homens de outras línguas e por meio de lábios de estrangeiros falarei a este povo” — os judeus — “mas, mesmo assim, eles não me ouvirão’, diz o Senhor. Portanto, as línguas são um sinal para os descrentes, e não para os que creem; a profecia, porém” — e entenda como “profecia” o falar da Palavra de Deus — “é para os que creem, e não para os descrentes”. Portanto, se no lugar onde você ouviu tal coisa não havia judeus incrédulos, aquele sinal não tinha qualquer utilidade, principalmente se ficou sem tradução. A menos que as pessoas que estavam falando quisessem apenas se exibir.

Alguém poderia contestar dizendo que elas falavam em línguas estrangeiras para a própria edificação, mas Paulo condena tal ideia. Se você ler o capítulo inteiro verá que o apóstolo está falando de como o uso de um dom para a edificação da igreja ou assembleia é melhor do que um sinal usado egoisticamente para a própria edificação. Mas vamos deixar que o próprio Paulo explique por que ele achava que profetizar, ou seja, proferir a Palavra de Deus, seria muito superior ao falar em línguas estrangeiras sem tradução. Ali ele diz:

Quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios. Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja seja edificada. Agora, irmãos, se eu for visitá-los e falar em línguas, em que lhes serei útil, se não levar alguma revelação, ou conhecimento, ou profecia, ou doutrina?... Se vocês não proferirem palavras compreensíveis com a língua, como alguém saberá o que está sendo dito? Vocês estarão simplesmente falando ao ar... Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras compreensíveis para instruir os outros a falar dez mil palavras em língua. Irmãos, deixem de pensar como crianças... sejam adultos” (1 Co 14:1-20).

Acho que nem preciso dizer mais de como é uma tremenda prova de incredulidade e infantilidade correr atrás de sinais quando podemos nos ocupar com Cristo e sua Palavra, e toda a sabedoria que ela contém. Nos próximos 3 minutos voltaremos a Cafarnaum para encontrar Jesus libertando um homem endemoninhado.

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