Perdão
A ideia de perdão nos faz pensar em dívida. Quando alguém empresta de você e não paga, lhe ofende ou quebra um copo em sua casa, sua reação natural é: “Vai pagar!”. Quando você percebe que nunca irá receber, passa a desejar que o outro pague de outro modo, ficando na miséria, sendo difamado ou tendo seus copos quebrados. Mas perdoar não é apenas abrir mão de receber, e sim pagar pelo devedor, trabalhando duro para repor o dinheiro, reconstruindo a própria reputação ou comprando um novo copo.
O perdão pode ter um custo material ou emocional, mas é o único meio de se livrar da dívida que passou a ser sua. Perdão que guarda rancor não é perdão. É como depositar o pagamento em juízo, ou seja, você paga, mas o outro não recebe. Fazer o outro pagar denegrindo a imagem dele na sociedade ou o demonizando em pensamento, também não é perdoar. O verdadeiro perdão leva você a orar e interceder por seu adversário.
Perdão gerado por um sentimento de superioridade não é perdão. Falo daquele que trata o ofensor com desdém e se considera superior dizendo a si mesmo: “Pobre alma pouco evoluída! Eu jamais faria algo assim”. Se você pensa desta maneira é porque não sabe que também é um devedor necessitado do perdão de Deus. A diferença é que, se o seu devedor tem como pagar por seu copo quebrado, você jamais conseguirá pagar a dívida dos pecados que pratica contra Deus, a qual se acumula a cada dia.
Se você entendeu que perdoar seu ofensor é você mesmo pagar o preço irá entender que, para nos perdoar, Deus precisou entregar o seu próprio Filho em pagamento. Jesus foi julgado em nosso lugar e considerado culpado, pagando na cruz por nossos pecados como se fossem dele. Você não será capaz de perdoar se não assumir a perda, o sofrimento e a dor.
No Salmo 69:4 é Jesus quem diz, profeticamente: “Sou forçado a devolver o que não roubei”. Isaías também profetizou: “O Senhor fez cair sobre ele [Jesus] a iniquidade de todos nós... porquanto ele derramou sua vida até à morte, e foi contado entre os transgressores. Pois ele carregou o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores” (Is 53:6-12); “Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: ‘Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam’” (Rm 15:3).
Mas como perdoar quando estamos irados? Saiba nos próximos 3 minutos.
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