Observem a figueira
Jesus fez apenas um milagre para amaldiçoar ao invés de abençoar: “Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: ‘Nunca mais dê frutos!’ Imediatamente a árvore secou” (Mt 21:19). A figueira representa Israel que Jesus encontrou sem fruto para Deus e determinou que secasse. E assim tem sido enquanto Jerusalém é “pisada pelos gentios, até que os tempos deles se cumpram” (Lucas 21:24). Por isso Paulo explica que “Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios” (Rm 11:25). Apesar da volta dos judeus à sua terra, o tempo de os gentios interferirem na terra deles ainda não chegou ao fim.
Jesus volta a falar da figueira: “Observem a figueira e todas as árvores. Quando elas brotam, vocês mesmos percebem e sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem estas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo” (Lucas 21:29). Brotos e folhas dão uma aparência de vida às árvores, porém de nada valem se não existir fruto. Assim tem sido desde 1948, não apenas com a figueira, mas com “todas as árvores”. Nos últimos anos Israel renasceu graças à capacidade de seu povo, e o petróleo fez as nações vizinhas passarem de tribos nômades a potências com influência global. Mas nada de fruto para Deus.
Quando Adão e Eva caíram em pecado cobriram sua nudez com aventais de folhas de figueira. Assim está Israel hoje, com seus aventais de folhas e nenhum fruto para Deus. A volta à sua terra ainda não é o cumprimento da profecia que diz: “Quando vocês e os seus filhos voltarem para o Senhor, para o seu Deus, e lhe obedecerem de todo o coração e de toda a alma, de acordo com tudo o que hoje lhes ordeno, então o Senhor, o seu Deus, lhes trará restauração e terá compaixão de vocês e os reunirá novamente de todas as nações por onde os tiver espalhado... Ele os trará para a terra dos seus antepassados, e vocês tomarão posse dela” (Dt 30:2-5).
Os judeus voltaram para sua terra mas não para o Senhor. Sua inimizade contra Cristo permanece a mesma. A promessa de restauração é ainda futura, quando um remanescente se converterá em meio a grande tribulação e dois terços da população perecer, como mostra Zacarias 13:8-9: “Na terra toda, dois terços serão ceifados e morrerão; todavia a terça parte permanecerá... Colocarei essa terça parte no fogo, e a refinarei como prata, e a purificarei como ouro. Ela invocará o meu nome, e eu lhe responderei. É o meu povo, direi; e ela dirá: ‘O Senhor é o meu Deus’.”
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“Não passará esta geração”
Você não encontra a Igreja nas profecias do Antigo Testamento, e ela só aparece nos Evangelhos duas vezes, em Mateus 16:18 e 18:17. Por isso é inútil buscar nas profecias coisas relacionadas à Igreja. É de Israel e do mundo que elas falam. Mesmo assim, quando vemos sinais de que as profecias para Israel podem se cumprir a qualquer momento ficamos alegres, pois seu cumprimento só poderá acontecer após a Igreja sair daqui. E hoje vemos “a figueira e todas as árvores” brotando (Lucas 21:29).
Ao dizer aos discípulos, “quando virem estas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo” (Lucas 21:31), Jesus não se dirigia a eles como Igreja, pois esta só viria a existir em Atos 2. Ele falava a um remanescente de judeus que “esperavam a redenção de Jerusalém” (Lucas 2:38), como foram Ana, Simeão e outros. Após Jesus ser rejeitado, morrer, ressuscitar e subir aos céus Deus enviou o Espírito Santo à terra, batizando os salvos num só corpo. Então a Igreja, o mistério guardado desde a eternidade, passou a existir reunindo judeus e gentios convertidos a Cristo.
Jesus diz aos discípulos: “Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam” (Lucas 21:32). Alguns achavam que ele falava da geração dos discípulos, mas quando eles morreram sem que Cristo tivesse voltado em glória, ficou claro que a interpretação devia ser outra. Ele poderia estar se referindo à geração que visse a “figueira e todas as árvores” brotando, ou seja, a atual. Apesar de não existir qualquer pré-requisito profético para o arrebatamento, esta interpretação nos levaria a cancelar o plano funerário, por assim dizer, já que somos a mesma geração que viu Israel ressurgir. A terceira possibilidade é que Jesus estaria falando de uma geração no sentido moral, de judeus que, à semelhança daqueles discípulos, estarão aguardando o Reino.
Após o arrebatamento, além desse remanescente judeu fiel, ficarão na terra judeus e gentios incrédulos e também cristãos nominais que não foram arrebatados por nunca terem nascido de novo. “Rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar” e não poderão mais crer. Será que você estaria entre os ‘deixados para trás’ que ouviram o evangelho e “não creram na verdade”? Ao contrário do que dizem nos filmes e livros sobre o tema, não haverá segunda chance para quem ouviu e não creu, pois “Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade” (2Ts 2:10-12). Quem foi evangelizado e não creu em Cristo será enganado e crerá no anticristo.
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