Como orar

Lucas 11:1

Na visita a Marta e Maria, no capítulo 10 de Lucas, vimos a importância de estar sempre próximo de Jesus ouvindo sua Palavra. O capítulo 11 começa mostrando como devemos imitá-lo. Um discípulo vê Jesus orando e sente que deve fazer o mesmo. “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11:1), pede ele a Jesus. Ele talvez ainda não esteja ciente de estar diante do próprio Filho de Deus, o Criador do Universo, e que o seu pedido é o mesmo que uma oração. Ele é logo atendido.

Antes de entrarmos nos detalhes de como orar, é preciso entender algumas coisas. Você encontra na Bíblia pessoas orando a Deus, em um sentido geral, ao Pai, em um sentido particular como Jesus irá ensinar aqui, e a Jesus, o Filho. Mas você nunca encontra alguém orando ao Espírito Santo. Portanto dirigir-se ao Espírito Santo para orar, louvar ou adorar não tem fundamento bíblico, mesmo sabendo que ele é uma das três Pessoas da Trindade.

Outro ponto importante é o que Jesus ensina em Mateus 6:7: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos”. As repetições, também conhecidas como rezas podem ser encontradas nas religiões pagãs orientais, mas não têm fundamento bíblico. Alguém poderia alegar que no Jardim do Getsemani Jesus usou de repetições, quando “orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras” (Mt 26:44). A diferença é clara.

Numa reza repetitiva são usadas frases pré-definidas que não têm relação direta com a necessidade daquele momento. As frases são usadas como palavras mágicas e não como pedidos de ajuda. Já a oração é uma conversa com Deus apresentando um pedido específico. Não há nada de errado em se apresentar um pedido mais de uma vez com as mesmas palavras. Até uma criança, quando quer um brinquedo, fica repetindo seu desejo até ser atendida. Ela não pega uma frase genérica para repetir, pois seus pais não saberiam que presente lhe dar.

Outro argumento é que muitas rezas são passagens bíblicas e trazem muito proveito quando repetidas. Porém repetir a Palavra de Deus não é falar com Deus; é ouvir o que ele diz. Uma oração é falar com ele, recordar sua benignidade, misericórdia e graça, e também apresentar nossas dificuldades, fraquezas e necessidades. Como estas coisas diferem de pessoa para pessoa, não existem duas orações completamente idênticas.

Mas se assim for, por que Jesus ensina aqui o “Pai Nosso” que é repetido por milhões de pessoas? Não estaria ele ensinando uma reza para ser repetida? Não, e basta comparar esta passagem com a do capítulo 6 de Mateus para notar que são diferentes. O Espírito Santo mostrou assim que Jesus estava ensinando os discípulos a orar, e não dando a eles um script para ser repetido. Os detalhes das instruções dadas por Jesus nós veremos nos próximos 3 minutos.

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