Desculpas
“Certo homem estava preparando um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora de começar, enviou seu servo para dizer aos que haviam sido convidados: ‘Venham, pois tudo já está pronto’. Mas eles começaram, um por um, a apresentar desculpas. O primeiro disse: ‘Acabei de comprar uma propriedade, e preciso ir vê-la. Por favor, desculpe-me’. Outro disse: ‘Acabei de comprar cinco juntas de bois e estou indo experimentá-las. Por favor, desculpe-me’. Ainda outro disse: ‘Acabo de me casar, por isso não posso ir’” (Lucas 14:18-20).
O homem da parábola é Deus; ele quer ter comunhão com suas criaturas e para isso envia o convite através do Espírito Santo, aqui representado pelo “Servo”. Na mesma parábola em Mateus 22 você encontra “servos”, no plural, pois ali fala daqueles que levam o convite do evangelho. Os primeiros convidados são pessoas de posses. Um tem bens materiais, outro, juntas de bois para executar seu trabalho, e outro uma esposa para constituir família. Fica claro que eles acham que já têm tudo, portanto não necessitam do favor do anfitrião.
Você pode aplicar esta parábola a qualquer pessoa que coloque bens, trabalho e família acima da salvação e comunhão com Deus, mas no sentido profético estes convidados são os judeus, um povo agraciado por Deus com uma terra, um serviço a Deus e uma família. Mesmo assim os judeus desprezaram o convite para “comer no banquete no Reino de Deus” (Lucas 14:15). Quando o servo voltou e relatou as desculpas dadas por cada um “o dono da casa irou-se” (Lucas 14:21). Essa ira é a mesma do capítulo 10 de Hebreus, que fala do que espera por aqueles que desprezaram a graça de Deus. Ali diz:
“Quem rejeitava a lei de Moisés morria sem misericórdia... Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança; eu retribuirei’; e outra vez: ‘O Senhor julgará o seu povo’” (Hb 10:28-31).
Esse “seu povo” que o Senhor julgará de forma tão severa é o povo judeu, pois primeiro Jesus “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1:11). Mais adiante na parábola, ao se referir aos primeiros convidados, o dono da casa diz que “Nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete” (Lucas 14:24). Mas nem por isso Deus dá por encerrado seu convite de graça, como veremos nos próximos 3 minutos.
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