O anônimo e Lázaro

Lucas 16:19-21

Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e vivia no luxo todos os dias. Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas; este ansiava comer o que caía da mesa do rico. Em vez disso, os cães vinham lamber as suas feridas” (Lucas 16:19:21).

Alguns leem esta história achando que é uma parábola, mas não é. Trata-se da história real de um rico anônimo aos olhos de Deus, e um mendigo cujo nome o Espírito Santo fez questão de registrar, apesar de ser invisível aos olhos do rico. Provérbios 10:7 diz que “a memória deixada pelos justos será uma bênção, mas o nome dos ímpios apodrecerá.”.

Tudo neste capítulo tem a ver com a maneira como utilizamos nossos bens. Jesus começa falando do administrador que, apesar de infiel, foi elogiado por seu senhor por ser previdente no uso da riqueza alheia. Então ele segue alertando para o perigo do amor ao dinheiro, fala da mudança radical exigida para se viver no Reino de Deus e do engano da justiça própria. O rico vestia-se de “púrpura”, cor usada pela realeza, e “linho fino”, que na Bíblia tem a conotação de justiça individual. Ele se achava nobre e justo, mas Deus tinha uma ideia diferente a seu respeito.

A história não fazia sentido para o judeu. Afinal, como poderia o rico, que foi abençoado com prosperidade, estar perdido, se no Antigo Testamento a prosperidade era prometida como consequência da obediência a Deus? E como Lázaro teria sido salvo se era doente e não trazia nenhuma evidência de bênção física e prosperidade material? Em Deuteronômio 28 Deus havia prometido a Israel que, se obedecessem e seguissem fielmente todos os mandamentos, Deus os colocaria “muito acima de todas as nações da terra” e lhes concederia saúde e “grande prosperidade”. A desobediência traria o inverso, isto é, doenças e pobreza como no caso de Lázaro.

Jesus deixa claro que a salvação não vem da obediência para a justificação própria, que na Lei poderia ser evidenciada pela prosperidade, mas é pela fé e resultado da graça do Deus que “justifica o ímpio” (Rm 4:5). Mas salvação é algo decidido nesta vida, pois a porta do céu fica na terra. Daqui você sai salvo ou perdido eternamente, como diz em Eclesiastes 11:3, “Caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair ali ficará”. Mas este é o assunto dos próximos 3 minutos.

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