Orgulho nacional

Lucas 4:22-26

Um dia Deus escolheu um povo, como se fizesse uma amostragem da raça humana. Ele deu a esse povo privilégios e responsabilidades que nenhum outro recebeu, e chegou a dividir a humanidade e estabelecer fronteiras de acordo com esse mesmo povo. Em Deuteronômio, capítulo 32, diz:

Quando o Altíssimo deu às nações a sua herança, quando dividiu toda a humanidade, estabeleceu fronteiras para os povos de acordo com o número dos filhos de Israel. Pois o povo preferido do Senhor é este povo... Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos” (Dt 32:8-12).

Até ali Israel tinha sido a menina dos olhos do Senhor, mas isso iria mudar. Os judeus não percebem que carregam um histórico de rejeição que em breve culminaria com a condenação e morte de seu próprio Messias. Mais tarde Jesus revelaria o quanto eles tinham sido rebeldes, ao dizer:

Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedrejas os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor” (Lucas 13:34-35).

Ao inaugurar o “ano da graça”, Deus deixava Israel de lado por um tempo. O Espírito Santo desceria à terra para inaugurar a Igreja, um segredo que nem os profetas do Antigo Testamento sabiam. Israel deixaria de ser o testemunho de Deus na terra, privilégio que seria da Igreja. Ela seria formada por pessoas tiradas de entre judeus e gentios, uma ideia humilhante demais para Israel, tão orgulhoso de ter sido a menina dos olhos de Deus.

As profecias do Antigo Testamento paravam com a chegada da graça e continuavam com o dia da vingança e o estabelecimento do Reino de Cristo. Entre uma coisa e outra haveria um parêntese, o atual período da Igreja, ignorado pelos profetas. Os judeus, que a princípio podem ter gostado de ouvir Jesus falar em graça, logo ficam irados ao saber que essa graça iria privilegiar pessoas de povos inimigos, como a viúva de Sarepta e o leproso Naamã citados por Jesus.

Paulo fala dessa ira e ciúme ao escrever aos romanos: “Moisés foi o primeiro que disse: ‘Farei que tenham ciúmes de quem não é meu povo; eu os provocarei à ira por meio de um povo sem entendimento’. E Isaías diz ousadamente: ‘Fui achado por aqueles que não me procuravam; revelei-me àqueles que não perguntavam por mim’. Mas a respeito de Israel, ele diz: ‘O tempo todo estendi as mãos a um povo desobediente e rebelde’” (Rm 10:19-21).

E é da viúva de Sarepta que iremos falar nos próximos 3 minutos.

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