A verdade dispensacional
A Lei fora dada apenas a Israel; o evangelho é pregado a todos os povos, e isto já é um indício de que estamos falando de diferentes dispensações ou modos de Deus tratar com a humanidade. João Batista foi o último profeta da antiga dispensação, e Jesus abriu a dispensação da graça na qual a Igreja estaria inserida. “A Lei e os profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus” (Lucas 16:16). “A Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1:17).
O contraste também fica evidente na conversa de Jesus com a mulher samaritana, ao deixar claro que haveria uma mudança no lugar e modo de adoração. Ele disse a ela: “Está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém... está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:21-24).
Como Messias prometido, Jesus “veio para o que era seu [o povo judeu], mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus” (Jo 1:11-13). Se na dispensação da Lei nenhum israelita ousaria chamar a Deus de Pai, agora Jesus inaugurava uma nova relação de parentesco. Mas para dar como realmente inaugurada a nova dispensação, ele precisava antes morrer, ressuscitar, subir ao céu e enviar o Espírito Santo.
Nada disso existiu antes. A Lei exigia que o homem fizesse algo para ser abençoado; a graça abençoa por favor imerecido. Apesar de seu fracasso, Deus em sua misericórdia não destruiu aquele povo, pois tinha em vista a vinda de Cristo. Foi assim que a lei serviu de “tutor”, conforme Paulo explica aos Gálatas, que ainda queriam viver sob a Lei: “Antes que viesse esta fé, estávamos sob a custódia da lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor. Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3:23-26).
O crente em Cristo tem em si um poder muito maior que a Lei. É por isso que sob a potente influência da graça a hipocrisia dos fariseus fica muito mais evidente do que sob a Lei e o pecador pode ser perdoado, não por existir nele algo de bom, mas porque o Espírito o convence de ser totalmente mau. “Onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5:20-21).
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