Os mortos podem ajudar os vivos?
Não, os mortos estão mortos, ou seja, não têm mais atuação nesta vida. Os que foram salvos estão com o Senhor e os que não foram salvos estão no Hades, o lugar dos mortos, aguardando o juízo. Os primeiros estão tão ocupados com Cristo que não irão interferir nos problemas dos vivos e os outros estão em densas trevas, incapazes de qualquer relação com os vivos.
Quando a Bíblia abre uma fresta e mostra o além, podemos ver o que estão fazendo lá. Em Lucas 16 vemos o rico e Lázaro, o primeiro no Hades clamando por ajuda para mitigar sua sede, mas é impossível receber qualquer ajuda onde está, pois há um grande abismo que impede a passagem.
Ele também roga que Abraão, em cujo seio o mendigo Lázaro está após ter morrido (aqui uma representação do lugar dos salvos no Antigo Testamento) que o envie, para que vá avisar seus irmãos que ainda estão vivos. Abraão se limita a responder que os vivos já têm Moisés e os profetas (o Antigo Testamento) e que tudo de que precisavam estava lá, porque mesmo que alguém ressuscitasse dentre os mortos para falar com eles, eles não se arrependeriam.
Se formos ao livro de Apocalipse encontraremos também uma cena celestial na qual todos estão ocupados com o louvor a Deus e a Jesus, portanto não estão interferindo nas coisas deste mundo. Uma boa forma de enxergar a relação dos mortos com esta vida é lendo algumas passagens que falam que os mortos nada sabem, como é o caso desta:
(Ec 9:5) “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento”.
(Ec 9:10) “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”.
É preciso entender que o livro de Eclesiastes mostra o ponto de vista humano e neste mundo. Ali são as palavras do pregador que diz:
(Ec 1:3) “Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?”.
Percebe onde se passa a cena de Eclesiastes? “Debaixo do sol”, portanto, neste mundo. E neste mundo os mortos realmente nada sabem e nada podem, porque já não estão aqui, estão mortos para as coisas daqui. No livro de Eclesiastes a expressão “debaixo do sol” é repetida 27 vezes, para não ficarmos em dúvida de que o assunto ali é a terra, não o céu ou o hades (lugar dos mortos).
Há também outras passagens que mostram como os mortos passam para um estado em que estão alheios às sensações e ocorrências desta vida, no sentido de interferir nelas. Em alguns lugares eles são descritos como dormindo (porque é assim que os vivos os veem no corpo), embora por outras passagens sabemos que suas almas estão conscientes com o Senhor ou já sofrendo no Hades, como é o caso do rico que padece sede enquanto o pobre Lázaro desfruta do seio de Abraão.
(Sl 146:4) “Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos”.
(1Ts 4:13) “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”.
(Lc 16:23) “E no inferno [hades], ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio”.
Além disso, a Bíblia proíbe terminantemente qualquer tipo de comunicação de vivos com mortos, algo que é chamado de necromancia. A razão é que quem responderá a ligação não serão os seres humanos mortos, mas os demônios ou espíritos imundos. Estes sim estão por aí se fazendo passar de espíritos de mortos para enganar os homens.
Tudo isso vale também para o caso dos chamados “santos” do catolicismo, que são pessoas que morreram. Pedir algo a eles ou esperar que respondam nada mais é que um espiritismo disfarçado. As próprias supostas aparições de Maria ou outras pessoas mortas chamadas de “santas” são manifestações demoníacas, já que não encontramos esse tipo de coisa na doutrina dos apóstolos.
O curioso é que as pessoas continuam recorrendo à ajuda de mortos quando o próprio Autor da vida, Jesus, se colocou à disposição para irmos a ele. Para quê ir a outro além daquele que vive para sempre e é Senhor de todas as coisas? Obviamente as pessoas preferem ir aos mortos em busca de auxílio por não crerem em Jesus, o Senhor, e não desejarem confessar seus pecados.
Toda crença reencarnacionista prevê uma segunda chance para a pessoa se endireitar numa suposta próxima reencarnação, o que deixa margem para ela pecar à vontade nesta vida. A doutrina católica do purgatório não é muito diferente disso e o diabo acaba enganando as pessoas com a ilusão de que poderão purgar seus pecados depois ou voltar para pagá-los numa próxima vez. Um filme espírita costuma ser anunciado com um slogan que diz mais ou menos assim: “Sempre existirá outra chance”.
Como todo ser humano gosta de deixar as coisas para depois nem é preciso dizer que preferem essas doutrinas. A grande preferência das celebridades pelo espiritismo é explicada pela vida dissoluta que muitas delas levam.
(Mt 11:28) “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.
(Jo 6:68) “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.