Devo continuar colaborando com a denominação?

Fico contente que o Senhor esteja abrindo seus olhos para enxergar o mal. Se eu pudesse definir em poucas palavras, você foi vítima de pessoas sem escrúpulos e só o que descreveu em seu e-mail já era suficiente para cair fora disso.

Você contou que o “pastor” pegava pesado na hora de pedir dinheiro, chegando a chamar à frente apenas os dizimistas para orar por eles e deixando claro que não orava por quem não contribuía. Como se não bastasse, ele mandava os que estavam à frente olharem para os que ficaram sentados e orarem por eles para que ficassem envergonhados e passassem a dar o dízimo. Só isso já é motivo para o tal “pastor” levar um processo de assédio moral por constrangimento público.

O pior foi você pedir seu desligamento da denominação e o “obreiro” dizer que não iria permitir que você saísse e nem iria dar “a bênção”, por sua alma estar nas mãos deles. O cara precisa ser muito sem vergonha para dizer algo assim. Fique grato por essa pessoa não querer lhe dar a bênção, e se der é melhor você devolvê-la. Como é que um ímpio pode abençoar alguém? Isso que essa gente faz é pura impiedade.

Eu não estaria dizendo estas coisas se você estivesse se desligando de alguma denominação com irmãos sinceramente empenhados na obra de Deus. Sim, pois há irmãos nas denominações que são sinceros e só estão ali porque ainda não entenderam o erro que é estar ligado a uma instituição religiosa com o nome de “igreja”. Mas no caso que você descreveu, eu nem chamaria de irmãos esses que constrangem as pessoas a darem dinheiro, pedem doações na cara dura e ainda se acham no controle das almas dos fiéis. Essa última característica é exatamente a mesma da Babilônia em Apocalipse:

(Ap 18:10) “Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu juízo. E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém mais compra as suas mercadorias: Mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda a madeira odorífera, e todo o vaso de marfim, e todo o vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; E canela, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e gado, e ovelhas; e cavalos, e carros, e corpos e almas de homens”.

A ordem de Deus é você afastar-se disso que não passa de iniquidade.

(2Tm 2:19) “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”.

O que você contou a respeito do compromisso que assumiu de pagar o aluguel do “templo” é uma questão sua e de sua consciência, mas eu pararia imediatamente de financiar o erro. Não acredito que os 11 apóstolos tenham pago pensão à viúva de Judas.

Quando você se aparta da iniquidade deve apartar-se completamente, e não ficar com um pé dentro e muito menos ajudando a financiar a iniquidade. A menos que tenha algum documento legal que o comprometa a isso, seu compromisso é com a verdade e com o Senhor, não com um bando de exploradores da fé das pessoas.

Desculpe a veemência de minhas palavras, mas se você tivesse saído da prostituição e do crime, eu teria o maior carinho e consideração ao falar das prostitutas e ladrões, rogando pela conversão deles. Mas como você está falando de líderes religiosos corruptos, os próprios evangelhos me autorizam a levantar o tom. Se prestar atenção verá que o Senhor Jesus nunca foi severo com ladrões e prostitutas. Porém, quando se tratava dos fariseus que exploravam a fé do povo sob o pretexto de serem representantes de Deus, aí ele não poupava palavras como “sepulcros caiados”, “raça de víboras” e por duas vezes chegou a usar o chicote e a virar as mesas daqueles que faziam da casa de Deus lugar de comércio. Você não vê o Senhor Jesus agindo assim em nenhuma outra ocasião, que não fosse por zelo das coisas de Deus.

Meu conselho, além dos que dei acima, é que fique em oração buscando saber o próximo passo. Quando o cego de nascença foi curado, ele não conheceu completamente quem o havia curado, senão depois de ter sido expulso da sinagoga pelos fariseus. É fora da sinagoga que ele encontra-se com o Senhor e recebe uma porção maior de revelação de quem era aquele que mudara sua vida.