Um prisioneiro perfeito

João 18:17-27

Um grande engano disseminado até mesmo entre cristãos é que a salvação possa ser obtida pela imitação de Cristo. Evidentemente o cristão, que já teve os seus pecados perdoados pela fé em Cristo graças à sua morte na cruz, tem em Jesus o exemplo de um homem perfeito e deve sim imitá-lo. Mas isso é depois de ter nascido de novo e ter a certeza de sua salvação.

Em sua carta aos Efésios, capítulo 5, Paulo escreve para que “sejam imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5:1), e segue falando das virtudes que devem acompanhar a vida cristã. Em1 Coríntios 11 ele exorta os cristãos: “tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Paulo os convida a seguirem seu próprio exemplo, portanto é salutar imitarmos aqueles que andam na fé em Jesus. Mas isso é um complemento à vida cristã, e não o meio pelo qual você recebe a salvação, a qual só pode ser obtida pela fé em Cristo.

Se você tentar imitar Jesus para obter a salvação, terá de começar sendo sem pecado, porque Jesus veio ao mundo sem pecado. O problema é que eu e você viemos ao mundo com uma natureza arruinada que nos fez pecadores desde a concepção. É impossível que, pela imitação, você se torne puro e sem pecado. Por mais que um cão imite um gato, o máximo que consegue é latir com um “miau”. Mas ele continuará sendo um cão em sua essência e por natureza.

Compare os julgamentos de Jesus aqui e de Paulo no capítulo 23 de Atos. Aqui Jesus é esbofeteado por um dos guardas do sumo sacerdote, que diz: “Isso é jeito de responder ao sumo sacerdote?”, ao que Jesus responde: “Se eu disse algo de mal, denuncie o mal. Mas se falei a verdade, por que me bateu?” (João 18:22-23). A resposta de Jesus é perfeita e desmonta todos os argumentos de seus juízes.

Paulo, em uma situação semelhante, porém guiado pela própria carne e não pelo Espírito, responde: “Deus te ferirá, parede branqueada! Estás aí sentado para me julgar conforme a lei, mas contra a lei me mandas ferir?”, e recebe o troco: “Você ousa insultar o sumo sacerdote de Deus?”, ao que é obrigado a se retratar: “Irmãos, eu não sabia que ele era o sumo sacerdote, pois está escrito: ‘Não fale mal de uma autoridade do seu povo’” (Atos 23:2-5).

Jesus, Deus e homem perfeito, jamais precisou se retratar porque em momento algum foi movido por outra natureza que não fosse a sua natureza divina e perfeita. Paulo, nascido de novo e possuidor da nova natureza e do Espírito Santo habitando em si, foi obrigado a pedir desculpas por ter deixado sua carne tomar o controle da situação. Assim somos nós em nossas atitudes e palavras, quando comparados ao Senhor Jesus.

Nos próximos 3 minutos Jesus é enviado a Pilatos para ser julgado pelo poder civil.

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