O primeiro

João 20:3-10

Pedro e João são pegos de surpresa. Maria Madalena, aflita e ofegante, chega do sepulcro de Jesus dando a eles a notícia: o corpo sumiu. A grande pedra foi tirada e o sepulcro está vazio! Pedro e João saem em disparada.

João é o primeiro a chegar, mas não entra na gruta escavada no barranco. Ele espia dentro e vê as faixas de linho que tinham sido enroladas no corpo de Jesus. Pedro chega, entra, e vê as faixas e também o lenço que tinha sido colocado sobre a face de Jesus. Ao contrário do que diz a lenda do Santo Sudário, o corpo de Jesus foi sepultado enrolado em faixas de linho, conforme o costume da época.

Alguns capítulos antes você viu a história da ressurreição de Lázaro, quando “Jesus bradou em alta voz: ‘Lázaro, venha para fora!’. O morto saiu, com as mãos e os pés envolvidos em faixas de linho, e o rosto envolto num pano. Disselhes Jesus: ‘Tirem as faixas dele e deixem-no ir’” (João 11:43-44).

Lázaro, com as mãos e pés presos pelas faixas, foi incapaz de se livrar das faixas de tecido, mesmo depois de voltar a viver. Ele precisou de ajuda para isso. Se Jesus ressuscitou da mesma maneira que Lázaro, quem o ajudou a desatar as faixas? A menos que a ressurreição de Jesus tenha sido diferente. E foi.

Lázaro ressuscitou, porém iria morrer novamente depois. Era o mesmo corpo, apenas curado e revivido, mas ainda sujeito à doença, morte e degeneração. Jesus ressuscitou como primícias da nova criação, o protótipo dos que aguardam a ressurreição em um corpo de carne e ossos, porém celestial. Um corpo diferente.

Tão diferente que pôde sair de dentro daquele emaranhado de faixas de linho sem desenrolá-las ou rasgá-las. Tão surpreendente ao ponto de aparecer no meio dos discípulos numa sala com portas e janelas fechadas. Mas ao mesmo tempo tão real que comeu peixe e mel diante deles. Não era um corpo etéreo, um espírito ou assombração. Era o próprio Jesus, corpo, alma e espírito.

Depois de Pedro, João entra no sepulcro e aqui diz que “ele viu e creu” (João 20:8). Como assim creu? Creu em quê? Não há nada ali para crer, além de um sepulcro vazio e faixas de tecido! Exatamente. João creu no invisível, e é com o invisível que a fé se ocupa. Cremos em alguém que não vemos, em Jesus, que morreu para nossa salvação e ressuscitou para nossa justificação.

João agora entende passagens como a do Salmo 16: “Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição” (Salmos 16:9-10). Quantas vezes Jesus falou de sua morte e ressurreição e os discípulos não entenderam? Quantas vezes você já ouviu a mesma história e ainda não entendeu?

Nos próximos 3 minutos Maria Madalena escuta alguém chamar seu nome.

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