Temperamentos

João 18:15-16

Tem início o julgamento de Jesus. Dois discípulos o seguem na incerteza do que irá acontecer. Um deles é Pedro, e o outro talvez seja João, o autor do evangelho. Este deve ser conhecido da família do sumo sacerdote, pois entra na casa e em seguida sai para buscar Pedro, que não conseguira entrar.

Cada um de nós nasce com um temperamento que faz parte de nossa identidade. João parece ser um homem dócil e afável, que ama e é fácil de ser amado. Pedro, por sua vez, é impulsivo e direto. São características humanas que podem estar sob o controle do Espírito ou dos sentidos, às vezes chamados de carne. Assim como eu e você, Pedro e João são pecadores por natureza, e tudo neles, inclusive o temperamento, foi corrompido pelo pecado.

João, com seu temperamento dócil, é mais diplomático e apto a conquistar amizades e acessos, como o da casa do sumo sacerdote. Pessoas acessíveis têm fácil acesso. Pedro, por sua vez, está no outro extremo. Ele é o homem de pavio curto, muito útil para comandar um batalhão, trabalhar de capataz ou ser o primeiro a mergulhar no mar para ir ao encontro do Senhor. Mas dificilmente conseguirá um emprego como relações públicas. Pedro e João sempre foram assim, e essas características fazem deles indivíduos, cada um com uma identidade própria. O problema não é o temperamento, mas o que o controla.

O ser humano passa por diferentes estágios — infância, adolescência e fase adulta — sem perder sua identidade. Em cada fase ele pensa e age de modo diferente, mas é sempre o mesmo ser humano e jamais perderá essa essência. Deus criou o homem e disse que era muito bom. Se assim não fosse, Jesus não teria vindo em um corpo humano. Ao contrário de Jesus, porém, todos nós temos uma natureza pecaminosa que nos incita a pecar. Mas é você, como um ser responsável, quem peca ao se deixar guiar por ela, e deverá prestar contas disso.

O problema é que se você ainda não se converteu a Jesus, você só possui a carne para movê-lo; você só pode ser guiado pela carne e pelos pensamentos, como uma marionete de Satanás. Aquele que, pela fé em Jesus, é nascido de Deus possui, além dessa mesma velha e caída natureza, uma natureza santa e perfeita que vem de Deus. Quando você deixa a velha carne no comando, você peca. Quando você se deixa guiar pelo Espírito de Deus, você age segundo a vontade de Deus.

O problema no Éden foi Eva se deixar guiar pelos sentidos: a árvore era boa para comer, agradável aos olhos e boa para dar entendimento. Havia um apelo sensorial ao corpo, à alma e ao espírito, e ela se deixou levar. Quando nos deixamos guiar pelo que é sensorial, pecamos. Na carta do apóstolo Judas, encontramos a característica dos homens ímpios: eles são “sensuais”. Como animais irracionais, eles são guiados pelos sentidos, não pelo Espírito de Deus.

Nos próximos 3 minutos o temperamento intrépido de Pedro é colocado à prova.

tic-tac-tic-tac...