Para a glória de Deus
No capítulo 7 de seu evangelho, João diz que “tentaram prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos, porque a sua hora ainda não havia chegado” (João 7:30). No capítulo 8 ele diz que “ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora” (João 8:20). Agora no capítulo 17 Jesus diz: “Pai, chegou a hora” (João 17:1). A morte de Jesus não foi um imprevisto; sua vida não estava à mercê dos homens. Deus estava no controle de tudo, mas mesmo assim os homens seriam responsabilizados por o terem entregado à morte.
Primeiro Jesus pede ao Pai que este o glorifique. Ele está falando de sua ressurreição, que seria o reconhecimento do Pai de que o Filho teria cumprido a missão para a qual foi designado. Em 1 Timóteo 3:16 você tem o roteiro completo dessa missão: “Deus foi manifestado em carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo, recebido na glória”(1 Timóteo 3:16). Ao ressuscitar a Jesus e recebê-lo na glória, o Pai o estaria glorificando.
Jesus, por sua vez, também glorificaria o Pai. Como? Ele mesmo explica aqui em sua oração ao Pai: “Pois lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste” (João 17:2). Jesus glorifica o Pai salvando pecadores. Deus é grandemente glorificado no fato de suas criaturas caídas e perdidas serem transformadas em adoradores que adoram a Deus em espírito e verdade. Foi para isso que Deus nos criou.
Repare que é Jesus quem concede a vida eterna — não somos nós que a obtemos com nossos esforços. Repare também que ele concede a vida aos que o Pai lhe deu para esse propósito. Quando foi que isso aconteceu? Quando Deus “nos escolheu nele [em Jesus] antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus” (Efésios 1:4-7).
Escolhidos e predestinados antes da criação do mundo, para sermos adotados como filhos, feitos santos e irrepreensíveis, e tudo isso Deus fez gratuitamente para nós, mas a um enorme preço que foi pago por Jesus na cruz. No final, é essa gloriosa graça que será digna de louvor, e não nossos meros esforços. Percebe agora como é ingênua e mesquinha a ideia de que poderíamos ser salvos por nossas boas obras? Se assim fosse, a glória seria nossa, não de Deus!
Jesus também explica de que vida eterna está falando: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Repare que aqui Jesus diz com todas as letras que ele é o Cristo, o Messias enviado a Israel. Os judeus não poderiam jamais alegar que não sabiam com quem estavam lidando. Nos próximos 3 minutos Jesus afirma que não roga pelo mundo, por seu progresso ou bem estar.
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