João cuida de Maria
Algumas mulheres estão próximas da cruz, inclusive Maria, mãe de Jesus. Ao lado dela está João, o autor do evangelho. Devemos observar o tratamento usado entre Jesus e os discípulos, a fim de nos precavermos do erro de adotar títulos espirituais ou eclesiásticos sem qualquer base bíblica.
Jesus chama a Deus de Pai, mas não faz o mesmo com José, seu pai adotivo. Maria é chamada pelos discípulos de “mãe de Jesus”, mas nunca de “mãe de Deus”. Jesus, por sua vez, não a chama de mãe, e sim de “mulher”, uma expressão equivalente a “senhora”. Depois que os judeus alegam que o poder de Jesus viria do príncipe dos demônios, ele rompe seus vínculos naturais com Israel.
Vemos isto quando avisam que sua mãe e irmãos o procuram. Sua resposta é: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, e apontando para os discípulos, diz: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mateus 12:46-50). A última referência a Maria é no capítulo 1 do livro de Atos. Ela não é mencionada nas epístolas, que são as cartas que contêm a doutrina dos apóstolos para a Igreja.
Os discípulos não chamavam outros discípulos de “pai”, mas encontramos João e Paulo chamando de “filhinhos” a seus filhos na fé, aqueles aos quais pregaram o evangelho. O tratamento é de mão única, pois o próprio Jesus ordenou: “A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus” (Mateus 23:9). O catolicismo adota para seus líderes o título de “padre”, que é “pai” em latim, numa clara desobediência à ordem de Jesus. Também usa o título “monsenhor”, de origem francesa, que significa “meu senhor”. Porém Paulo ensina: “Para nós... há um único Deus, o Pai... e um só Senhor, Jesus Cristo” (1 Coríntios 8:6).
Vemos os discípulos chamarem a Jesus de Senhor, mas nunca de “Amigo”. Só ele podia chamá-los de “Amigos”, por revelar a eles coisas que só um amigo deveria saber. Também não os vemos chamando a Jesus de Pai ou de Rei, por não ser esta nossa relação com ele. Ele é Rei para Israel, mas para a Igreja ele é Senhor. Entender estas coisas nos ajuda a compreendermos melhor a Palavra de Deus.
Na cruz Jesus preocupa-se com Maria. “Aí está seu filho”, diz a ela, referindo-se a João. “Aí está a sua mãe”, diz ele a João. “Daquela hora em diante, o discípulo a levou para casa” (João 19:26-27), numa clara indicação de que seria João quem cuidaria de Maria, e não o contrário. E ambos poderiam contar com Jesus no céu cuidando deles. Ele já havia franqueado esse acesso, ao dizer: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28). É a ele que nós também devemos recorrer em busca de um perpétuo socorro.
Nos próximos 3 minutos Jesus faz um pedido.
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