Tenho sede”

João 19:28-29

Na cruz Jesus sofre como homem. Ferido e desidratado, ele pede água. “Tenho sede” (João 19:28), diz o criador do universo, dos rios e oceanos. Em seu andar aqui ele alimentou, curou e trouxe refrigério a muitos, mas nunca fez algo em benefício próprio. O Salmo 22 descreve este momento: “Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte” (Salmos 22:15).

No capítulo 1 deste evangelho João diz que por meio de Jesus todas as coisas foram criadas. A carta aos Hebreus ensina que ele é o que sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. O livro de jó diz que ele é o que abre “um canal para a chuva torrencial, e um caminho para a tempestade trovejante, para fazer chover na terra em que não vive nenhum homem, no deserto onde não há ninguém, para matar a sede do deserto árido e nele fazer brotar vegetação” (Jó 38:25-27). Aqui, porém, ele não desvia uma gota sequer para seus lábios ressequidos.

O mesmo capítulo 38 de Jó revela que aos ímpios a luz de Deus é negada. Na cruz, densas trevas caem sobre a terra. A santidade de Deus não pode ter comunhão com o pecado, por isso Jesus deve sofrer ali sozinho e sem luz. Nada descreve de forma tão gráfica o seu sofrimento como a passagem profética do livro de Lamentações. Ali ele fala do juízo que está recebendo do próprio Deus: “Eu sou o homem que viu a aflição trazida pela vara da sua ira. Ele me impeliu e me fez andar na escuridão, e não na luz; sim, ele voltou sua mão contra mim vez após vez, o tempo todo. Fez que a minha pele e a minha carne envelhecessem e quebrou os meus ossos. Ele me sitiou e me cercou de amargura e de pesar. Fez-me habitar na escuridão como os que há muito morreram. Cercou-me de muros, e não posso escapar; atou-me a pesadas correntes.

Mesmo quando chamo ou grito por socorro, ele rejeita a minha oração. Ele impediu o meu caminho com blocos de pedra; e fez tortuosas as minhas sendas. Como um urso à espreita, como um leão escondido, arrancou-me do caminho e despedaçou-me, deixando-me abandonado. Preparou o seu arco e me fez alvo de suas flechas. Atingiu o meu coração com flechas de sua aljava.

Tornei-me motivo de riso de todo o meu povo; nas suas canções eles zombam de mim o tempo todo. Fez-me comer ervas amargas e fartou-me de fel. Quebrou os meus dentes com pedras; e pisoteou-me no pó. Tirou-me a paz; esqueci-me do que significa prosperidade. Por isso digo: ‘Meu esplendor já se foi, bem como tudo o que eu esperava do Senhor’. Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim” (Lamentações 3:1-20).

Em resposta ao seu pedido de água, os soldados lhe dão vinagre, cumprindo assim mais uma profecia do Antigo Testamento. Sabe por que Jesus sofreu tanto ali? Por você e por mim. Eu sei que ele pagou ali pelos meus pecados. E você?

Nos próximos 3 minutos Jesus entrega sua vida em sacrifício pelo pecado.

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