Duas ressurreições

João 5:27-29

Muita gente rejeita a ideia de um julgamento final. É estranho isso, já que todos nós passamos a vida julgando os outros. Julgamos criminosos, julgamos o governo, julgamos os parentes, os amigos... a lista é interminável. Somos juízes por natureza, mas não admitimos que Deus possa nos julgar, como se ele não tivesse direito ou capacidade para tanto. Veja você, julgamos até o próprio Criador!

Jesus é chamado de Filho de Deus por ser igual a Deus, e Filho do Homem por ser igual aos homens, porém sem pecado. Ele é, ao mesmo tempo, Deus e Homem. Eu e você somos apenas humanos e, apesar de conhecermos a natureza humana, não somos oniscientes ao ponto de conhecer os pensamentos e motivos das pessoas e podermos julgar perfeitamente. Por ser Deus e Homem, Jesus está apto a julgar os seres humanos, e é o que fará quando voltar.

Então, todos os que estiverem nos sepulcros ouvirão a voz de Jesus e sairão: os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Esta passagem parece indicar que a salvação seja recebida como uma recompensa por praticarmos o bem. Se fosse assim, estaria contradizendo a afirmação feita há pouco por Jesus, de que quem ouve a sua palavra, e crê naquele que o enviou, tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida. O que crê passa longe do juízo final.

Considerando que somos salvos pela fé, e não pelo bem que praticamos, os que fizeram o bem que são mencionados nesta passagem são os que foram salvos pela fé em Jesus e passaram a praticar o bem como consequência dessa salvação. Uma vez salvos eles se tornaram instrumentos de Deus. Não foram salvos pelo bem que fizeram, mas fizeram o bem por causa da salvação que receberam. É por isso que há duas ressurreições: uma da vida e outra da condenação.

Os que não aceitarem o perdão que Deus oferece de graça serão julgados e condenados, pois o mal que praticam os condena. E antes que você diga que só pratica o bem, lembre-se de que Jesus irá julgar também os pensamentos. E se ainda assim achar que ele não pode julgar você pelo padrão moral dele, por você não aceitar esse padrão, sua situação continua péssima. Você será julgado também pelo juízo que fez dos outros. Acaso você sempre agiu do modo que exigiu que os outros agissem?

Se você considera injusto Jesus julgar e condenar os pecadores, lembre-se de que ele oferece uma saída, uma salvação que não depende de seu modo de agir, mas unicamente de crer. Você só se encontrará com o Juiz Jesus se não tiver um encontro agora com o Salvador Jesus. Se não existisse esta alternativa você poderia até reclamar, mas ela existe.

Nos próximos 3 minutos Jesus diz que ele, de si mesmo, não pode fazer coisa alguma. Como assim?

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