Por que o cego foi expulso pelos judeus em João 9?

João 9

Os religiosos de sua época não podiam entender como é que o Senhor podia fazer tal milagre fora do sistema que eles tanto prezavam. O cego também não entendia muita coisa a princípio, mas de uma coisa ele tinha certeza: ele era cego, mas agora enxergava. Seus pais, por prezarem mais a religião exterior do que a verdadeira obra que Deus estava fazendo, não querem ficar mal com os sacerdotes e fariseus, e nada dizem. Muitas vezes não encontramos apoio para nossa fé nem mesmo entre os familiares.

O cego acaba sendo expulso com a alegação de que ele, que era nascido em pecado, estava querendo ensinar os mestres de Israel. E era exatamente isto: somente aquele que tomou consciência do seu pecado pode compreender alguma coisa de Deus. Paulo, que era um mestre em Israel, considerou tudo aquilo como esterco depois que entendeu que, dentre os pecadores, ele era o principal.

Mas o ponto onde quero chegar é que foi só depois de ser expulso, só depois de ser colocado fora do sistema religioso de sua época, é que o ex-cego conhece de um modo mais completo aquele que o havia curado. "Jesus ouviu que o tinham expulsado, e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus? Ele respondeu, e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia? E Jesus lhe disse: Tu já O tens visto, e é Aquele que fala contigo. Ele disse: Creio, Senhor. E O ADOROU" (Jo 9:35-38).

Uma adoração completa não teria sido possível enquanto ele fosse cego, figura do estado em que nos encontramos quando ainda incrédulos. Mas também, mesmo depois de estar enxergando, ele continuava em um sistema religioso que, embora zelosos de Deus e portadores das Escrituras, não reconhecia plenamente os direitos e reivindicações de Cristo. Foi preciso que saísse, ou fosse expulso, para conhecer melhor o Filho de Deus. E o Senhor sabia que o tinham expulsado, sabendo também que ele havia permanecido numa posição de corajosa fé diante dos líderes religiosos, não temendo as consequências. E o Senhor certamente deu-lhe uma medida especial de revelação, pois aquele homem entende que ele era Deus, e prostra-se aos seus pés em adoração.

Quão precioso é isto; podermos adorar o Senhor fora de tudo o que foi instituído pelo homem; podermos permanecer firmes, mesmo diante de todos os ataques, professando: Eu era cego e agora vejo!