O cristão pode beber vinho?
É importante compreendermos que o cristão não está debaixo da lei, no sentido de faça isto, não faça aquilo (Cl 2:20-21). Sabemos que todas as coisas são lícitas àquele que crê, mas nem tudo convém (1 Co 6:12).
O primeiro milagre do Senhor foi numa festa de casamento onde se serviu bebida alcoólica. E o milagre foi justamente produzir mais bebida! Não quero com isto dizer que o Senhor é a favor da bebedice, mas também não podemos ser ingênuos como alguns que afirmam que não se tratava de vinho e sim de suco de uva. Longe de querer incentivar a bebedice, o Senhor mostrou que só ele era capaz de trazer alegria ao coração do homem (Sl 104:15).
Creio que em nossos dias a bebida alcoólica tomou um rumo diferente daquele nos tempos de Cristo quando se tratava de vinho puro de fermentação natural e fazia parte da alimentação normal, como acontece ainda em alguns países.
Hoje em dia o homem tem criado bebidas cada vez mais fortes com a intenção, não de alegrar o coração do homem, mas de embebedá-lo tornando-o inconsciente de seus próprios atos. A bebida se tornou uma fuga e uma fonte de (falsa) coragem. Cabe, então, muito bem a passagem de Oséias 4:11 que diz que "o vinho e o mosto tiram a inteligência".
Mas, como já disse, o cristão não deve ser guiado pela lei, mas pelo Espírito. Costumo tomar vinho de vez em quando durante a refeição como meu pai, que era descendente de italianos, já fazia imitando as gerações que vieram antes dele. Aqueles que são italianos ou descendentes sabem que o vinho faz parte dos próprios costumes daquele país e é raro se encontrar uma refeição onde não se tome vinho. Não para se embebedar, mas apenas como bebida acompanhando a refeição.
Finalmente, creio que a posição de qualquer cristão não só em relação ao vinho, mas a qualquer fonte de alegria e prazer nesta vida, deve ser sempre a da noiva em Cantares 1:1-4 "... melhor é o Teu amor do que o vinho... em Ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do Teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho.".