CAPÍTULO 17
No capítulo 17, Jesus leva Pedro, Tiago e João a um alto monte, e ali transfigura-Se perante eles: «0 Seu rosto resplandeceu como o Sol e os Seus vestidos se tomaram brancos como a luz». Moisés e Elias apareceram também, falando com Ele. Por agora, deixaremos o assunto da Sua conversação, o qual é profundamente interessante, até chegarmos ao Evangelho de Lucas. Este evangelista acrescenta alguns pormenores que, sob certos aspectos, dão outro aspecto desta cena.
Aqui, o Senhor aparece em glória e Moisés e Elias com Ele. Um, o legislador dos Judeus; e o outro, igualmente distinto, o profeta que procurou reconduzir as dez tribos apóstatas ao culto de Jeová, e que, desesperando do povo, voltou para Horebe, de onde a lei linha saído, e foi em seguida levado para o Céu, sem passar pela morte.
Estes dois personagens eminentes por excelência nas relações de Deus com Israel, um fundador, o outro restaurador do povo segundo a lei, estes dois homens aparecem com Jesus. Pedro (surpreendido com esta aparição, alegre por ver o seu Mestre associado com estes pilares do sistema judaico, com servos de Deus e tão eminentes, ignorando a glória do Filho do homem e esquecendo a revelação da glória da Sua Pessoa como Filho de Deus), Pedro deseja fazer três tendas, e colocar Jesus, Moisés e Elias ao mesmo nível, como oráculos. Alas a glória de Deus manifesta-se; isto é, o sinal conhecido em Israel como morada (Shechinah) dessa glória (1); e a voz do Pai é ouvida. A graça pode colocar os Moisés e os Elias na mesma glória que o Filho de Deus, e associá-los com Ele; mas se a estultícia do homem, na sua ignorância, pretende pô-los juntos, como tendo neles mesmos uma autoridade igual sobre o coração do fiel, o Pai tem de reivindicar imediatamente os direitos de Seu Filho. Nem um só instante se passa antes de a voz do Pai proclamar a glória da Pessoa de Seu Filho, a Sua relação com Ele mesmo, proclamando que Ele é o objeto de toda a Sua afeição, que encontra n'Ele todo o Seu prazer.
É a Ele que os discípulos devem escutar. Moisés e Elias têm desaparecido. Cristo está ali só, como Aquele que deve ser glorificado, Aquele que deve ensinar aqueles que escutavam a voz do Pai. O próprio Pai O distingue, O apresenta à atenção dos discípulos, não como sendo digno do amor deles mas como objeto das Suas próprias delícias. Em Jesus Ele Se comprazia. Assim os afetos do Pai são-nos apresentados como regra para os nossos, oferecendo-lhes um objeto comum. Que posição para pobres criaturas como nós! Que graça! (2) (1) Pedro, instruído pelo Espírito Santo, chama-lhe «a glória excelente».
(2) Não é por causa do valor divino do seu testemunho que Moisés e Elias desaparecem. Não podia haver disso unia confirmação mais forte do que está Cena, como diz Pedro. Mas, não só eles não eram o tema do testemunho de Deus, como o era Cristo, mas também o seu testemunho se não referia às coisas celestes, que deviam então ser reveladas em conexão com o Filho, vindo do Céu, e as suas exortações não o atingiam. O próprio João Batista estabelece esta diferença (João 3:13 e 31-34). É por isso que, como é revelado, o Filho do homem devia ser elevado. Por isso o Senhor ordena aqui aos Seus discípulos que não digam que Ele é o Messias, porque o Filho do homem devia sofrer. Era uma mudança na vida e no ministério do Senhor, e a glória futura do reino era revelada aos discípulos; mas então Ele devia sofrer (ver João 12:27). A história dos Judeus tinha terminado ao capítulo 12, ou, mais exatamente, no capítulo 11; e o fundamento da mudança estava posto. Encontramos João e o Senhor, ambos rejeitados; uma submissão perfeita; depois todas as coisas entregues a Cristo por Seu Pai, e Ele revelando o Pai (comparar João 13:14). Mas em Mateus, fora do Judaísmo, começa pelo que Ele trouxe, não procurando fruto no homem.
Ao mesmo tempo a lei e toda a ideia da sua restauração sob a antiga aliança tinham passado; e Jesus, glorificado como Filho do homem e Filho do Deus vivo, fica o único despenseiro do conhecimento e dos pensamentos de Deus.
Os discípulos prostram-se sobre os seus rostos, com grande medo, ao ouvirem a voz de Deus. Jesus, para quem esta glória esta voz eram naturais, encoraja-os, como sempre fazia neste mundo, dizendo-lhes: «Não tenhais medo» (verso 7). Eles estavam com Ele, que era o objeto da afeição do Pai; porquê, pois, temer?! O melhor amigo deles era a manifestação de Deus sobre a Terra; a glória pertencia-Lhe. Moisés e Elias tinham desaparecido, do mesmo modo que a glória, que os discípulos não eram ainda capazes de suportar. Jesus — que lhes tinha sido assim manifestado na glória que Lhe era dada e nos direitos da Sua gloriosa Pessoa nas Suas relações com o Pai — Jesus fica-lhes, o mesmo que eles tinham sempre conhecido. Mas esta glória não devia ser o assunto do testemunho deles até que Ele, o Filho do homem, ressuscitasse de entre os mortos — o Filho do homem no Seu sofrimento. Era preciso então dar a grande prova de que Ele era o Filho de Deus em poder.
O testemunho a este respeito devia ser prestado, e Ele entraria pessoalmente naquela glória que acabava de ser exposta perante os olhos deles.
Levanta-se então uma dificuldade no espírito dos discípulos produzida pela doutrina dos escribas acerca de Elias.
Elias — diziam eles — devia vir antes da manifestação do Messias; e, com efeito, a profecia de Malaquias 4:5-6 dava lugar a essa expectativa. Os discípulos perguntam a Jesus: «Porque dizem então os Escribas que é mister que Elias venha primeiro?» (isto é, antes da manifestação do Messias); ao passo que nós acabamos de ver que Tu és, TU, esse Messias. E no entanto Elias ainda não veio. Jesus confirma as palavras da profecia, acrescentando que Elias restauraria todas as coisas (verso 11). «Mas — continua o Senhor — digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem» (verso 12). Então os discípulos compreenderam que Ele falava de João Batista, que tinha vindo no espírito e no poder de Elias, como o Espírito Santo tinha anunciado a Zacarias, seu pai (Lucas 1:17).
Mas esta passagem exige algumas considerações: Em primeiro lugar, quando o Senhor diz (Mateus 17:11): «Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas», apenas confirma o que os escribas diziam, segundo a profecia de Malaquias, como se dissesse: «Eles têm razão ». Em seguida o Senhor declara o efeito da vinda de Elias: «Restaurará todas as coisas». Ora, o Filho do homem devia ainda vir. Jesus tinha dito aos Seus discípulos: «Não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem», como lemos em Mateus 10:23. Entretanto o Filho do homem tinha vindo e era Ele mesmo que falava com eles. Mas esta vinda do Filho do homem, de que Ele falava, é a Sua vinda em glória, quando for manifestado Filho do homem em Julgamento, segundo Daniel 7.
Era assim que tudo o que tinha sido dito aos Judeus seria cumprido; e, no Evangelho segundo S. Mateus, Jesus fala aos Seus discípulos seguindo esta expectativa. No entanto Jesus devia ser apresentado à nação, e devia sofrer. Era necessário que a nação fosse posta à prova pela apresentação do Messias segundo a promessa. Isto foi feito, e como Deus tinha predito pelos profetas: «Ele foi desprezado dos homens». De igual modo João O precedeu segundo Isaías 40, como a voz no deserto, no espírito e poder de Elias; mas João foi rejeitado, como devia sê-lo o Filho do homem (1).
(1) João Batista rejeita também a aplicação para si próprio de ml4:5-6; enquanto que Isaías 40 e Malaquias 3:1 Lhe são aplicados em Lucas 1:76 e 7:27.
Então o Senhor, por meio destas palavras, anuncia aos Seus discípulos, em relação com a cena que eles acabavam de contemplar e com toda esta parte deste Evangelho, que o Filho do homem, tal como era agora apresentado aos Judeus, devia ser rejeitado. Este mesmo Filho do homem devia ser manifestado em glória, tal como eles o tinham listo momentaneamente sobre o monte. Com efeito, Elias devia vir, como diziam os Escribas, mas João Batista tinha preenchido essa função de Elias em poder para a apresentação do Filho do homem; a qual (sendo os Judeus deixados, como deviam ser, à sua própria responsabilidade) terminaria com? Sua rejeição, e com a rejeição de Israel até aos dias em que Deus começasse de novo as Suas relações com o Seu povo sempre bem-amado, fosse qual fosse a sua condição. Deus restabeleceria então todas as coisas (obra gloriosa que Ele realizaria introduzindo o Seu Unigénito Filho no mundo). A expressão de «restabelecer todas as coisas» refere-se aqui aos Judeus, e num sentido moral.
Em Atos, capítulo 3, refere-se ao efeito da própria presença do Filho do homem.
A presença temporária do Filho do homem foi o momento da realização de uma obra da qual depende a glória eterna, e na qual Deus foi plenamente glorificado, acima e além de todas as dispensações; de uma obra cuja glória visível do Filho do homem é o fruto, tanto quanto esta glória depende da Sua obra, e não da Sua Pessoa divina; de uma obra enfim na qual, moralmente, Ele foi perfeitamente glorificado, glorificando plenamente a Deus. Todavia, no que concerne às promessas feitas aos Judeus, esta presença do Filho do homem não era senão o último passo na prova a que esse povo era submetido pela graça. Deus sabia bem que eles rejeitariam o Seu Filho; mas não quis tê-los por definitivamente culpados até que eles o tivessem feito.
Deste modo Deus, na Sua sabedoria divina (embora cumprindo mais tarde as Suas imutáveis promessas), apresenta-lhes Jesus — o Seu Filho, o Messias que eles esperavam.
Dá-lhes todas as provas necessárias. Envia-lhes João Batista como Seu percursor no espírito e poder de Elias.
O Filho de Davi nasceu em Belém, com todos os sinais que deveriam ter convencido esse povo. Mas os Judeus estavam cegos pelo orgulho e pela sua própria justiça, e tudo rejeitaram.
Não obstante, convinha que Jesus Se adaptasse em graça, quanto à Sua posição, ao estado miserável de Israel.
Assim também, antítipo de Davi rejeitado no seu tempo, partilhava da aflição do Seu povo. Se os Gentios oprimiam esse povo, Ele, o seu Rei, devia associar-Se à sua angústia, dando ao mesmo tempo todas as provas do que Ele era, e buscando os Seus em amor. Uma vez rejeitado, tudo se converte em pura graça. Os Judeus já não têm direito a coisa alguma segundo as promessas, e ficam reduzidos a receberem tudo dessa mesma graça, como faria um pobre Gentio. Deus não faltará à Sua graça. Assim Deus colocou-os na verdadeira condição de pecadores, e não deixará de cumprir as Suas promessas. Este é o tema de Romanos 11.
Ora o Filho do homem, que virá, será este mesmo Jesus que agora Se retirou. Os céus recebe-Lo-ão até ao tempo do restabelecimento de todas as coisas de que falaram os profetas.
Mas aquele que era o Seu precursor durante a Sua presença temporária neste mundo, não podia ser o mesmo Elias. João era, pois, conforme a manifestação de então do Filho do homem, exceto a diferença que necessariamente decorria da Pessoa do Filho do homem. Este não podia ser senão um, enquanto que isso podia não ser o caso para João Batista e Elias. Mas como Jesus manifestou todo o poder do Messias, todos os Seus direitos a tudo o que pertencia a esse Messias, sem revestir ainda a glória exterior, por não ter ainda chegado o Seu tempo (João 7), também João cumpriu moralmente e em poder a missão de Elias para preparar o caminho do Senhor ante a Sua face (segundo o verdadeiro carácter da Sua vinda, tal como ela se cumpria então), e respondeu literalmente a Isaias 40, e mesmo a Malaquias 3, as únicas passagens que lhe são aplicadas. É por esta razão que João afirmou que ele não era Elias, e que o Senhor disse: E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir», (Mateus 11:14). É por isso também que João nunca aplicou a si mesmo Malaquias 4:5-6, anunciando-se apenas como aquele que cumpria Isaías 40:3-5, e isto em todos os Evangelhos, qualquer que seja o seu carácter particular (1).
(1) Ver a nota precedente.
Mas continuemos o estudo deste capítulo. Se o Senhor sobe à glória, a verdade é que também desce a este mundo, mesmo agora, em Espírito e em simpatia, e encontra a multidão e o poder de Satanás, com os quais nós temos de nos haver. Enquanto o Senhor estava no monte, um infeliz pai trazia aos discípulos seu filho que era lunático e possesso de um demónio (versos 14 e seguintes). Aqui é revelado um outro carácter da incredulidade do homem, até mesmo do crente — a incapacidade de se servir do poder que está, por assim dizer, à sua disposição no Senhor.
Cristo, o Filho de Deus, o Messias, o Filho do homem, tinha vencido o Inimigo, tinha manietado o homem forte e tinha o direito de o expulsar. Como homem, SER obediente, apesar das tentações de Satanás, Cristo tinha-o vencido no deserto, e tinha assim, como homem, o direito de o destituir do seu poder sobre o homem, quanto a este mundo; e é o que Ele tem feito. Expulsando os demónios e curando os enfermos, Ele livrava o homem do poder do Inimigo.
«Deus — diz Pedro, em Atos 10:38 — ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo».
Ora, este poder deveria ter sido usado pelos discípulos, os quais deveriam ter sabido usar, pela fé, do poder que Jesus tinha assim manifestado sobre a Terra; mas eles não puderam ajuda-lo. Portanto, que vantagem havia em trazer este poder à Terra, se os discípulos não tinham fé para o usar? O poder estava ali. O homem podia aproveitarse dele para sua completa libertação de toda a opressão do inimigo, mas não tinha fé para o fazer—até mesmo os crentes não a tinham. A presença de Cristo tomava-se assim inútil sobre a Terra, visto que até mesmo os Seus discípulos não sabiam como aproveitar-se dela. Havia, mais fé no homem que tinha trazido o filho do que neles, pois a necessidade de auxílio levou-o a buscar o remédio. Todos, portanto, ficam sob esta sentença do Senhor: «ó geração incrédula e perversa!» (verso 17). Ele tem de os deixar; e aquilo que a gloria tinha revelado ao Céu, o incrédulo o realizará neste mundo.
Note-se que não é o mal no mundo que põe fim à intervenção especial de Deus; pelo contrário, dá lugar à intervenção da graça. Cristo tinha vindo por causa do império de Satanás sobre o homem. Ele retira-Se porque aqueles que O tinham recebido são incapazes de usar o poder que Ele trouxe Consigo, ou que concede para os livrar; não sabem aproveitar as vantagens de que gozam. Faltava-lhes a fé. No entanto notemos ainda esta importante e impressionante verdade que, enquanto esta dispensação de Deus continua, Jesus não deixa de atender a fé individual com benção, até mesmo quando os Seus discípulos não sabem glorificá-Lo por meio do exercício da fé. A mesma sentença que condena a incredulidade dos discípulos convida o atribulado pai ao gozo da bênção. Afinal de contas, para nos podermos aproveitar deste poder, temos de estar em comunhão com Jesus pela energia prática da fé.
Jesus abençoa, pois, o pobre pai segundo as suas necessidades, e, cheio de paciência, retoma o curso das instruções que dava aos Seus discípulos acerca do objetivo da Sua rejeição c da Sua ressurreição como Filho do homem.
Amando o Senhor e incapazes de levarem por diante as suas ideias além das circunstâncias do momento, os discípulos sentem-se perturbados; todavia isto era a redenção, a salvação, a glória de Cristo.
Antes, porém, de continuar, e expondo-lhes o que convinha aos discípulos de um Senhor rejeitado e a posição que iam ocupar, põe diante deles a Sua glória divina e a relação deles com Aquele que a possuía, do modo mais impressionante, se ao menos eles a pudessem ter compreendido.
Ao mesmo tempo coloca-Se com perfeita condescendência e ternura no mesmo lugar deles, ou antes, coloca-os a eles no mesmo lugar que Ele tem como Filho do grande Rei do templo e de toda a Terra, como vemos nos versos 24-27.
Os que cobravam o tributo para o serviço do templo vieram e perguntaram a Pedro se o seu Mestre não o pagava.
Sempre pronto a salientar-se, esquecido da glória que tinha visto e da revelação que lhe fora feita pelo Pai, Pedro, descendo ao nível normal dos seus próprios pensamentos, ansioso por ver o seu Mestre considerado como um bom Judeu, e sem O consultar, responde que sim.
O Senhor antecipa-Se a Pedro, quando ele entra, e mostra-lhe o Seu conhecimento divino do que tivera lugar longe de Si. Ao mesmo tempo fala de Pedro e de Si como sendo ambos filhos do Rei do templo (Filho de Deus, mantém ainda em paciente bondade o Seu humilde lugar como Judeu) e estando, por conseguinte, ambos livres do tributo.
Mas não deviam escandalizar ninguém. Comanda então a Criação (porque Ele pode tudo assim como conhece todas as coisas) e faz com.
que um peixe traga a importância necessária, associando de novo o nome de Pedro ao Seu.
Ele tinha dito: «Para que os não escandalizemos», e agora diz: «Dá-o por mim e por ti». Maravilhosa e divina condescendência! Aquele que sonda os corações e dispõe à vontade da Criação, o Filho do Soberano Senhor do templo coloca os Seus pobres discípulos na mesma relação com Seu Pai celestial, com o Deus que era adorado nesse mesmo templo. Submete-Se aos deveres que teriam sido exigidos justamente aos estranhos, mas coloca o Seu discípulo na posse de todos os privilégios que Lhe pertencem como Filho. Vemos claramente a relação entre esta comovente expressão da graça divina e o assunto destes capítulos. Demonstra todo o alcance da mudança que se estava operando.
"É interessante notar que a primeira Epístola de Pedro é baseada em Mateus 16, e a segunda no capítulo 17, que acabamos de estudar (1).
(1) Estas duas Epístolas, após terem estabelecido a redenção pelo precioso sangue de Cristo, e a regeneração pela semente incorruptível da Palavra, tratam do governo de Deus, Na primeira, encontramos a sua aplicação aos Seus, para os conservar; na segunda, esta aplicação é feita aos maus e ao mundo. Vai até aos elementos abrasados» que se fundirão, e. finalmente, até aos novos céus e à nova Terra.
No capítulo 16, Pedro, instruído pelo Pai, confessa que o Senhor é o Filho do Deus vivo; e o Senhor diz que sobre esta pedra edificará a Sua Igreja, e que aquele que tinha o império da morte não prevaleceria contra ela.
Assim também Pedro, na sua primeira Epístola, declara que eles eram de novo nascidos para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.
Ora, é por esta ressurreição que o poder da vida do Deus vivo é manifestado. Em seguida Pedro fala de Cristo como sendo a Pedra Viva, ao Qual vindo nós também como pedras vivas, somos edificados templo santo para o Senhor.
Na segunda Epístola, ele refere, de maneira especial, a glória da transfiguração como prova da vinda e do reino do Filho do homem; fala também, nesta segunda Epístola, do Juízo do Senhor.