Quando Ocorre um Impasse Entre os Irmãos Responsáveis na Assembleia
Quando ocorre um impasse entre os anciãos, a assembleia deveria esperar até que Deus desse clareza quanto ao modo de proceder. Se eles chegarem a um impasse, pode ser que precisem chamar irmãos de outra assembleia para aconselhá-los da maneira bíblica de se abordar a questão. J. N. Darby escreveu: “Se a assembleia não se sente em condições de fazê-lo, isso coloca os irmãos sob sua própria responsabilidade, e se eles pedem a ajuda de outros irmãos mais experientes, não há qualquer problema, pois o corpo é um; mas é a assembleia que deve agir assim a fim de se purificar, e isto é extremamente importante” (“Letters of J. N. Darby”, vol. 2, p. 198). Ele também escreveu: “As opiniões dos irmãos de outras localidades têm igualmente a liberdade de serem apresentadas aos irmãos locais, quando estiverem relacionadas às questões envolvendo a assembleia dos santos, mesmo que não sejam membros locais daquela reunião. Negar isto seria certamente uma séria negação da unidade do corpo de Cristo... Quando isto ocorre, é uma verdadeira bênção que homens sábios e espirituais (na condição de indivíduos) de outras assembleias venham a participar da questão procurando despertar a consciência da assembleia, isto se vierem a pedido da assembleia ou daqueles que estejam encontrando dificuldade para resolver a questão naquele momento. Em situações assim a ajuda desses irmãos, longe de ser vista como uma intromissão, deve ser recebida e reconhecida em nome do Senhor. Agir de qualquer outra maneira seria com certeza aprovar a independência e negar a unidade do corpo de Cristo” (“Letters of J. N. Darby”, vol. 2, p. 200).
Irmãos piedosos e exercitados que conheçam a situação podem visitar ou escrever para aqueles que têm a responsabilidade da assembleia, apresentando a eles os princípios bíblicos relacionados à dificuldade em questão. Os irmãos que expressam suas preocupações e apresentam sua opinião sobre o problema podem ter sido convidados pela assembleia, ou terem entrado em contato com aquela assembleia expressando sua preocupação com a situação. Em qualquer um destes casos eles devem ser bem vindos pela assembleia local que está lidando com o problema, pois fazem parte do mesmo um só corpo, e o que afeta um afeta todos.
Mas isto eles fazem individualmente como irmãos, não como uma assembleia com autoridade para fazer um novo julgamento do caso em questão! Conforme escreveu A. Roach: “Os irmãos que são convidados por uma assembleia para ajudarem não têm autoridade para julgar a questão, já que esta é uma responsabilidade que só cabe à assembleia. Esses irmãos não tem qualquer parte entre os que julgam, e depois de terem aconselhado seu trabalho pode ser dado por encerrado”. Ele também escreveu: “Há algum tempo eu e outro irmão fomos convidados a ajudar uma assembleia com um problema local. Por ocasião de nossa última reunião com os irmãos responsáveis por aquela assembleia, o irmão que estava comigo fez uma declaração nestes termos — ‘ Tudo o que podemos fazer é aconselhá-los como irmãos, e se vocês acharem que nosso conselho pode ser colocado em prática, vocês devem apresentá-lo à assembleia para aprovação, pois é ali que está a autoridade’“ (“A Assembleia como Juiz”, A. Roach, p. 10-11).
Não encontramos qualquer passagem nas Escrituras que possa indicar que uma assembleia deve intervir na decisão de outra assembleia e julgar novamente a questão. Isto seria negar a autoridade do Senhor no meio da assembleia responsável pela questão, o que é a essência do erro do Bethesdaísmo (Irmãos Abertos). Anos atrás, durante reuniões gerais em Saint Louis, Missouri, EUA, foi feita uma pergunta: “É certo que uma assembleia interfira na decisão tomada por outra assembleia em relação a algum problema?” A resposta foi: “Não, a menos que exista um convite fundamentado nas Escrituras para que isso ocorra. Muitos problemas são causados quando uma assembleia se intromete nas questões de outra sem ser convidada. Agir assim é um erro” (“Notes of General Meetings held at St. Louis, MO, November 26-29:1925, p. 38).