Qual é então a diferença?

Crer nEle em seu coração é simplesmente crer com a consciência de que Ele e só Ele pode solucionar o seu caso e que sem Ele você perecerá para sempre, e assim confiar nEle. Trata-se de mais que uma simples aquiescência ao fato histórico de que Ele morreu e ressuscitou. E ver a si mesmo sem o seu precioso sacrifício completamente à mercê do juízo, então confiar nEle.

Uma coisa é alguém dizer, creio que num certo ponto da costa encontra-se um barco salva-vidas com pessoas preparadas e sempre prontas a fazer uso dele; mas outra coisa é encontrar-se no tombadilho de um navio em perigo, afundando, que lança foguetes pedindo socorro, a fim de que você possa ser salvo por aquele barco salva vidas, e subir ansioso para bordo quando ele chegar. Uma coisa é crer que um certo médico competente visita um vizinho enfermo todos os dias e outra coisa, consciente de que você apanhou a mesma moléstia, ficar ansiosamente à espera de que ele chegue, a fim de colocar o seu caso nas mãos dele e, quando chega, entregar-se satisfeito e confiante ao tratamento prescrito.

Uma mulher fraca ouve, à meia-noite, os passos furtivos de ladrões em sua casa. Seus dois filhos estão deitados, a maior tem apenas nove anos. Qual deles você acha que ela vai chamar para enfrentar os ladrões? Nenhum deles. O medo maior dela é que acordem com o barulho. A mãe não tem confiança neles para resolverem a dificuldade; ela mesma, fraca como é, não estaria à altura da tarefa. O que fazer, então? Ela sabe que há muito tempo um policial faz a ronda na rua em que mora. Embora durante anos não tivesse duvidado desse fato, como se lembra dele agora de modo diferente ao abrir a janela e gritar com todas as forças que possui: "Polícia, polícia!"

O chamado dela para o policial prova duas coisas: 1) ela tem um sentido real de sua necessidade. Leia agora Romanos 10 e veja que o versículo 10 diz: "Visto que com o coração se crê para a justiça" e o versículo 13: "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo"; e, de novo, no versículo 14, "Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram!" A informação que ouço sobre Ele conquista minha confiança. A seguir, porque creio que só Ele pode satisfazer minha necessidade, eu o invoco e recebo a segurança da sua palavra de que a salvação é minha; pois Ele diz: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo".

O leitor não deve ocupar-se tanto com a fé em si, como se Deus deveras quisesse que tivéssemos fé na nossa fé. De que lhe valeria, repetimos, ter esse tipo de fé, por maior que fosse, se não existir o tipo certo de Pessoa em quem colocar a mesma?

Por exemplo, de que valeria à mulher de que falamos se tivesse muita fé no vizinho ao lado, mas quando chamasse e batesse esse homem não estivesse em casa ou não acordasse? Por maior que fosse a sua fé nele, ela não a salvaria dos ladrões, enquanto o chamado ao policial impelido pela mais trêmula fé trouxe salvação imediata. Com esse exato propósito é que ele se achava de guarda.

Você acredita então que é totalmente "fraco", completamente indefeso quanto a solucionar a questão de sua culpa e pecado; que só Cristo, pela sua morte meritória, pode salvá-lo; que Deus em sua justiça colocou sobre Ele todo o castigo do pecado, quando em amor Ele se dera para ser feito pecado por nós; e que Deus declarou achar-se satisfeito com esse sacrifício expiatório, levantando-o dentre os mortos e coroando-o com a glória celestial? Você o invocou no sentido de que sem Ele estará perdido para sempre e que Ele está pronto e desejoso de salvá-lo? Aceite então a doce segurança que as próprias palavras do Senhor proporcionam, no sentido da salvação ser sua. Não hesite em confessá-la, não retenha mais o louvor que deve a Ele por isso.